A jornalista Karen Viscardi é colaboradora da colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.

A possibilidade de chuva expressiva em diferentes regiões do Rio Grande do Sul nos próximos sete dias — segundo a Secretaria da Agricultura — pode ajudar a reverter parte das perdas das lavouras com a estiagem e consolidar, mesmo que não uma colheita recorde, pelo menos uma safra cheia. A trégua do tempo seco nos últimos dias reduziu parcialmente os impactos da estiagem nas lavouras de milho.
Ainda é cedo para mensurar as perdas na produção, mas na produtividade já começam a aparecer nos 22% da safra colhida, conforme a Emater. Nos municípios próximos a Ijuí, no Noroeste, caiu o rendimento, mas a qualidade é considerada boa. Na mesma região, Santa Rosa já colheu 60% do cereal cultivado e começou o plantio do milho safrinha, que pode trazer alívio aos produtores pela perspectiva de melhor rentabilidade.
— Vários agricultores replantaram e isso pode possibilitar algum tipo de reposição, mas é certo que teremos redução na colheita — afirma o secretário da Agricultura em exercício, Luiz Fernando Rodrigues Junior.
Mas o impacto financeiro da falta de chuva no milho só será conhecido durante a abertura oficial da colheita, que ocorrerá em Chiapetta, no Noroeste, em 7 de fevereiro.
Pesquisa realizada com 22 cooperativas indica perdas de 30% em 337 mil hectares de milho, segundo levantamento divulgado pela Rede Técnica Cooperativa para a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), na última terça-feira (21).
Encerrado o plantio de soja
Na soja, cuja semeadura alcançou a totalidade da área prevista de 5,956 milhões de hectares no Rio Grande do Sul, a situação também difere entre regiões, e, em alguns casos, entre porteiras. A razão é a irregularidade da chuva. Cerca de 48% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo.