A jornalista Karen Viscardi é colaboradora da colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.

A volta da chuva em todas as regiões do Rio Grande do Sul nas últimas semanas estancou o avanço das perdas nas lavouras gaúchas, e ajudou a recuperar parte dos danos na soja, onde 37% das lavouras estão na fase de desenvolvimento vegetativo. Mas a Associação dos Produtores de Soja do Estado (Aprosoja-RS) ainda trabalha com estimativa de quebra de 20% das lavouras.
— As perdas previstas da ordem de R$ 5 bilhões na soja permanecem. Se o clima engrenar, pode reduzir porque soja tem capacidade de recuperação — explica Luis Fernando Fucks, presidente da Aprosoja-RS.
No milho, cuja colheita alcançou 26% da área plantada, segundo a Emater-RS, a situação é diferente, pois há áreas com prejuízos consolidados.
— No geral, as precipitações devem estancar perdas nos cultivos que estavam em enchimento de grãos, mesmo sem reverter a situação — considera Ricardo Meneghetti, presidente da Associação dos Produtores de Milho do Estado (Apromilho-RS).
A estiagem deve afetar o resultado geral da safra de verão.
— Podemos ter safra potencialmente boa se as condições climáticas permitirem daqui para a frente, mas acreditamos que, em virtude dos problemas em algumas regiões, pode não ser como esperada inicialmente — diz Rogério Mazzardo, gerente técnico da Emater-RS.
Para evitar perdas, as indicações são quase unânimes: estruturar o solo a partir de rotação de culturas, escalonar plantio quando possível e investir em irrigação.