Terminou frustrada nova tentativa de conciliação para o problema da deriva do 2,4-D no Rio Grande do Sul, que provocou prejuízos milionários. A reunião entre produtores – de soja e das culturas afetadas pelo herbicida – e com a presença de representantes do Ministério Público Estadual foi realizada na sede da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), em Porto Alegre. Se estendeu por três horas e meia e foi marcada por posicionamentos fortes, de ambos os lados. Tanto que, para o MP, a avaliação é de que não sobrou mais espaço para a conciliação.
– Os produtores de soja firmaram posição de que não é possível a substituição do produto. Por sua vez, os vitivinicultores entendem que a educação para o manejo adequado do produto não seria suficiente para resolver a problemática – explica a promotora Anelise Grehs, coordenadora do Núcleo de Resolução de Conflitos Ambientais.
Ela diz que, juntamente com a promotoria de Justiça, acionada para o caso, avaliará quais as medidas que deverão ser adotadas. O que não significa, neste momento, a judicialização, frisa a promotora Anelise.
Laudo feito pela Secretaria da Agricultura e entregue ao MP na semana passada apontou que em 69 de 79 amostras analisadas foi encontrado resíduo do produto utilizado nas lavouras de soja para conter o avanço da buva.
Uma das alternativas em avaliação era para que se criasse regramento para a aplicação terrestre de produtos químicos, a exemplo do que existe na pulverização aérea. A Farsul, por exemplo, defende essa medida e se opõe à proibição.
Produtores de vinho, no entanto, entendem que somente a suspensão do uso do produto é capaz de resolver o problema que vem ameaçando a diversificação de culturas.
Diante desse impasse, a solução foi mais uma vez adiada.