Setor que "bombou" na pandemia, especialmente pelo investimento do brasileiro no próprio lar, o moveleiro sente com força os efeitos da piora no poder aquisitivo dos consumidores e da guerra. A indústria de móveis tem apresentado os piores resultados nas pesquisas do IBGE aqui no Estado. No primeiro semestre sobre o ano passado, a produção caiu 19,8%.
O faturamento superou R$ 5,4 bilhões, 5,1% acima do primeiro semestre do ano passado. Porém, não acompanha a inflação. Ou seja, há efeito da disparada de preços, outro desafio do setor. Os móveis subiram quase três vezes a inflação para o consumidor da região metropolitana de Porto Alegre, segundo o IBGE. Presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs), Rogério Francio cita pressões de custos, com alta de insumos como aço, plástico, vidro e embalagens.
- Mas já estamos sentindo uma estabilidade, não devemos ter novas altas significativas - projeta o empresário, da Pisani Plásticos.
As exportações também não trazem bons números. Nos seis primeiros meses de 2022, foram embarcados US$ 126,8 milhões, queda de 5,4%. O consumidor do mundo todo perdeu poder aquisitivo com a inflação global, mas o gargalo na logística também é um motivo apontado pela Movergs.
- As exportações são de grande relevância para a geração de negócios no segmento - alerta Francio, citando os principais destinos: Estados Unidos, Chile e Reino Unido.
Mas será que os percentuais recentes mostram que a situação do setor, que emprega 38 mil pessoas no Rio Grande do Sul, está em uma situação ruim? Não, nem perto disso. Como a coluna falou lá na abertura do texto, os dois últimos anos foram excepcionais para a venda de móveis, então a base de comparação é muito alta.
Tanto o faturamento das indústrias quanto as exportações estão bem acima de 2019, antes da pandemia. No primeiro semestre daquele ano, o faturamento foi de R$ 3,5 bilhões (ou seja, está 54% acima), e os embarques somaram US$ 90 milhões (patamar atual é 40% maior).
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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