Em fevereiro de 2019, o recém-empossado ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, deitou os olhos sobre números que o estarreceram. Dos R$ 1,4 bilhão destinados pelo ministério à saúde dos indígenas, cerca de R$ 650 milhões haviam sido encaminhados a ONGs. “Só uma ONG que é lá do meu Estado, no município de Dourados, leva R$ 490 milhões, e eu não posso questionar?”, esperneou o deputado-ministro ao jornal Correio do Estado (MS). Sim, mesmo investido de autoridade, Mandetta sentiu que estava pisando em terreno proibido ao questionar o elevado custo e a falta de transparência de certas organizações que, embora “não governamentais”, são aquinhoadas com torrentes de dinheiro público. Prometeu “reestruturações”, e o resto é silêncio. Seu brado foi obsequiosamente ignorado pela imprensa. Os jornais tinham polêmicas mais importantes a tratar, presumivelmente.
Artigo
Opinião
As ONGs sob a mira de uma CPI
Organizações não governamentais chegam a consumir 85% dos repasses com sua estrutura interna
Eugênio Esber