
Se o conceito de inteligência artificial pode parecer abstrato para muitos, a aplicação tem a forma de realidade na produção agropecuária brasileira. São exemplos como o da gaúcha SLC Agrícola, uma gigante do setor, que chegará na próxima safra a mais de 800 mil hectares cultivados no país. A marca tem na rotina o uso do recurso e tratou do tema em dois paineis do South Summit.
— Estamos usando uma das subcategorias da IA, que é a visão computacional, quando tu ensina uma câmera a identificar alguma coisa no campo. Estamos usando imagens de satélite e (capturadas por) drones. Um drone fotografa a lavoura, e a inteligência artificial identifica ervas daninhas, por exemplo — explica Frederico Logemann, gerente de Inovação e Gestão da Estratégia da SLC Agrícola
O passinho à frente será o uso de robôs nas lavouras para o diagnósticos de ervas daninhas, trabalho que hoje é feito pelos chamados "mipeiros"*, técnicos que têm o olhar treinado para identificar esses problemas de forma visual. Em torno de 300 profissionais trabalham nessa função atualmente. Mão de obra que é difícil de encontrar, de treinar.
— A ideia de que um robô fará esse trabalho, dentro de alguns anos, é meio que inevitável, vai acontecer.
Nesse caso, um robô autônomo, que circulará pelas lavouras e ficará registrando imagens e mandando essas fotos para uma nuvem, onde o algoritmo identifica que praga é.
A SLC Agrícola cultiva algodão, milho e soja, além de ter a criação de gado em 23 unidades de produção localizadas em sete Estados, na região do Cerrado, e matriz em Porto Alegre. Neste ano, celebra 80 anos.
— Somos uma startup de 80 anos, seguimos com o espírito de startup mesmo, de que estamos apenas começando — define Frederico.
*o nome é uma referência à sigla Manejo Integrado de Pragas (MIP)