A expulsão de Kuscevic na derrota por 2 a 1 do Inter contra o Palmeiras pelo Brasileirão precisa ser esclarecida com base em um aspecto que gera bastante confusão nas regras do futebol. Há alguns anos, houve alteração no texto por um entendimento de que seria injusto mostrar um cartão vermelho para um jogador que comete um pênalti, porque isso gerava a ideia de punição tripla.
Isso porque a equipe infratora tinha um pênalti contra si, passaria a jogar com um homem a menos na partida e ainda por cima esse jogador ficaria de fora da rodada seguinte por suspensão.
Com isso, a regra convencionou que o árbitro deveria marcar o pênalti e "reduzir" o peso do cartão de vermelho para amarelo em alguns casos. Mas preste muita atenção nesse detalhe: em alguns casos.
Ressalto este aspecto porque, ao contrário de um entendimento equivocado que se espalhou, a mudança na regra não acabou com as expulsões em lances de pênalti.
Há dois fatores que determinam se um jogador que cometeu uma penalidade será expulso ou não. O primeiro deles é que a infração precisa impedir uma chance clara e imediata de gol. O segundo é que ele só será expulso se não tentar disputar a bola. Ou seja, a infração precisa ser cometida por empurrar, puxar, agarrar ou cometer uma falta de modo que não se considere a tentativa de jogar a bola.
Do contrário, se o defensor simplesmente der um bote errado, mesmo que interrompa uma chance clara e imediata de gol, o amarelo passa a ser o cartão correto.
Foi justamente isso que ocorreu no pênalti cometido pelo zagueiro Kuscevic em Caio Vidal em Inter x Palmeiras. O defensor empurrou o atacante pelas costas em uma jogada em que havia uma chance clara de gol. Como o árbitro Paulo Roberto Alves Júnior não viu o lance no campo, o VAR interferiu recomendando a revisão no monitor.
Depois de olhar o vídeo, o juiz voltou para o campo e tomou a decisão correta. Marcou o pênalti e expulsou o defensor palmeirense. Esse é um esclarecimento importante para diferenciar os casos em que a regra da tripla punição deve ser considerada ou não.
