
Fui em busca da resposta para a grande questão do jogo entre Grêmio e Juventude pela semifinal do Gauchão. Por que o VAR não interferiu para recomendar a revisão no lance envolvendo Abner e Monsalve?
Tenho a resposta para essa questão. Ou seja, eu sei o que aconteceu na cabine do VAR e vou detalhar aqui.
Primeiro, é importante destacar que estou trazendo aqui informações apuradas sobre o procedimento adotado nesse lance.
Em segundo lugar, esta análise é voltada para quem quer compreender os critérios adotados, e não para quem busca apenas polêmica. E, por fim, é fundamental salientar que minha visão sobre o lance, conforme já manifestado, é diferente da que foi aplicada durante a partida pelo árbitro de vídeo Douglas Silva.
Veja o que disse o analista de arbitragem da Gaúcha, Diori Vasconcelos
Vou dividir em três tópicos o que foi visto no lance. A visão do árbitro, a visão do assistente e a avaliação do VAR:
O que Jonathan Pinheiro viu na jogada?
O posicionamento do árbitro era no bico da grande área, do lado direito de ataque do Grêmio. Havia cinco jogadores entre ele e os protagonistas da jogada.
Do seu ângulo, ele percebeu que Monsalve tomou a frente de Abner e que a bola mudou de direção. Ao narrar sua decisão ao VAR, Jonathan Pinheiro afirmou que, para ele, Monsalve ocupou um espaço e que Abner já estava com o chute engatilhado e atinge a bola. Segue o jogo.
O que o assistente Leirson Peng Martins viu?
O bandeira, posicionado lateralmente ao lance, confirmou que o toque de Abner foi na bola. Ele viu a jogada de frente e reforçou a decisão do árbitro, validando a interpretação de que não havia infração.
O que aconteceu na cabine do VAR?
Na cabine, o árbitro de vídeo Douglas Silva teve acesso a dois ângulos não exibidos na transmissão: a microcâmera dentro do gol e a câmera invertida do fundo de campo. Essas imagens foram decisivas para a não intervenção.
O VAR entendeu que Monsalve entrou na jogada dobrando o joelho. Além disso, o frame a frame mostrou o bico da chuteira de Abner tocando na bola antes do contato com Monsalve.
Com base nesses elementos, o VAR entendeu que a decisão de campo era sustentável e optou por não recomendar a revisão.
No entanto, posteriormente, a Comissão de Arbitragem, comandada por Leandro Vuaden, avaliou que houve erro no procedimento.
Internamente, Vuaden considerou que o VAR deveria ter interferido e que o pênalti deveria ter sido marcado, levando em conta também o padrão de intervenção que tem sido adotado no campeonato.
Minha opinião sobre o lance é de que houve infração. Mesmo que Abner tenha tocado na bola antes, ele também acertou a perna do adversário, o que caracteriza o pênalti.
A falta de interferência do VAR destoa do critério que tem sido aplicado e acabou gerando um erro que poderia ter sido corrigido com a revisão.
Considero importante trazer esses pontos para que o debate seja técnico sobre o que aconteceu sábado e o que acontece a cada rodada do Gauchão.
Confira o lance em imagens
Quer receber as notícias mais importantes do Tricolor? Clique aqui e se inscreva na newsletter do Grêmio.