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Um dos maiores campeões sul-americanos deixou a Libertadores na fase pré, e o resultado repercutiu de forma bastante negativa. O Boca Juniors foi eliminado nos pênaltis para o Alianza Lima, do Peru, em plena La Bombonera, na noite desta terça-feira (25). Com isso, a equipe xeneize ficou de fora da terceira fase do torneio continental.
O Boca até conseguiu reverter o 1 a 0 sofrido no jogo da ida, em Lima. No tempo normal, os argentinos venceram por 2 a 1 e levaram a decisão para os pênaltis. Um fato que chamou a atenção, neste momento, foi o pedido de Marchesín, ex-Grêmio, para ser substituído antes da disputa — por aqui, ele ficou conhecido por sua dificuldade em pegar penalidades.
Leandro Brey entrou no seu lugar, mas não defendeu nenhuma cobrança. O Alianza Lima foi perfeito, enquanto isso, e contou com erro de Velasco para vencer a disputa por 5 a 4. "A troca de Marchesin por Leandro Brey surpreendeu antes da final", destacou o jornal espanhol As.
Reação negativa
O resultado repercutiu na Argentina de maneira negativa, visto que o Boca não jogará na temporada nem mesmo a Sul-Americana. O Olé, principal jornal argentino, chamou a eliminação de "fracasso", e destacou o descontentamento dos torcedores após o final do jogo.
A torcida xeneize cantou enquanto os jogadores deixavam o gramado: "que vão todos embora, que não fique nenhum". Um dos mais criticados foi o uruguaio Cavani, que perdeu uma chance clara no último lance do jogo.
O As escreveu que o atacante "teve em seus pés a classificação nos acréscimos, mas teve um erro inexplicável".
Pelo segundo ano seguido o Boca Juniors fica fora da fase de grupos da Libertadores. Em 2024, entretanto, o time teve como consolação a vaga direta para a Sul-Americana. Na terceira rodada, o Alianza Lima enfrentará o chileno Deportes Iquique por uma vaga na fase de grupos.
O fracasso do Boca
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Apesar da derrota no fim, o duelo teve chances para os argentinos passarem de fase. Forçado pelas circunstâncias, após perder o jogo de ida, o Boca encurralou os visitantes desde o início, e logo equilibrou o confronto com o gol que abriu o placar, num cruzamento do uruguaio Saracchi pela esquerda em que Miguel Trauco concluiu sem dar chances a Viscarra.
Durante vários minutos, o Boca teve a posse de bola, mas faltou ao time local uma mudança de ritmo para surpreender o Alianza Lima que esperava bem organizado, com bom trabalho dos zagueiros Zambrano e Garcés para afastar as bolas, e com a movimentação de Lavandeira no meio de campo, à espera de uma oportunidade.
E essa ocasião veio com uma falta infantil de Zenón no canto direito. O uruguaio Pablo Cepellini cobrou na área e o veterano Pirata Barcos se antecipou a Marcos Rojo e com uma forte cabeçada fez 1 a 1, que desencadeou o nervosismo em La Bombonera.
Força da torcida
Com esse resultado, que deixava o Boca fora da Libertadores, a torcida local começou a empurrar mais o time argentino.
O Boca se encheu de dúvidas e parecia desorganizado. Já o Alianza Lima quase virou o jogo em um grande contra-ataque, quando Eryck Castillo avançou sozinho pelo meio, mas o goleiro Marchesín brilhou ao vencer o mano a mano sem cometer pênalti e indo direto na bola.
Tentando passes em torno da área adversária, com o uruguaio Cavani travado e desconectado, o Boca não conseguiria gerar uma única situação clara para voltar a ficar em vantagem, ao mesmo tempo em que crescia a impaciência de seus milhares de torcedores.
No segundo tempo Cavani tentou um chute rasteiro de pé esquerdo que acertou a trave direita, e o goleiro Viscarra começou a se consagrar ao interceptar um chute de Zenón.
O domínio do time xeneize naquele setor foi total e não demorou muito para chegar o segundo gol do Boca. Foi após uma cobrança de escanteio do chileno Palacios que Rojo cabeceou, Viscarra defendeu, mas o rebote sobrou para Zenón empurrar para a rede de cabeça.
Tensão
O duelo cresceu em tensão, com um tumulto geral que gerou vários cartões amarelos, mas ninguém foi expulso, e o Boca buscou mais na reta final, mas esbarrou na segurança de Viscarra.
Nos acréscimos, o Boca teve duas chances, com uma cabeçada de Giménez que foi defendida pelo goleiro, e já aos 90+8 minutos, Cavani furou de maneira inacreditável, com a bola à sua frente, a um metro do gol vazio.
O jovem goleiro Leandro Brey, especialista em pênaltis, entrou no lugar de Marchesín, mas a sorte não favoreceu o Boca. O Alianza Lima foi perfeito com Paolo Guerrero, Gaibor, Trauco, Noriega e Lavandeira acertando os cinco chutes. Rojo, Cavani, Alarcón e Giménez converteram para o Boca, mas o último pênalti, de Alan Velasco, foi chutado fraco e defendido por Viscarra, o herói da noite e da classificação histórica do Alianza Lima.
Para o Boca é um golpe muito duro, que ameaça encerrar o ciclo do técnico Fernando Gago após a eliminação precoce na Libertadores, que era um de seus grandes objetivos da temporada.