
A arbitragem na vitória do Grêmio por 2 a 1 sobre o Juventude, na ida da semifinal do Gauchão, gerou debate. Um acerto acabou evidenciando ainda mais um erro crucial.
O equívoco foi a não marcação do pênalti sobre Monsalve, aos 30 minutos do primeiro tempo. O gremista se antecipou ao adversário, tomou a frente da jogada e levou um pontapé na perna. O jogador do Juventude já tinha o chute engatilhado e atingiu o adversário antes de tocar na bola.
O árbitro Jonathan Pinheiro pode não ter visto o lance. O contexto da jogada, o número de jogadores envolvidos e a posição do contato podem ter encoberto sua visão. Pelo gestual e pela mudança de trajetória da bola, interpretou a jogada como limpa.
A falha maior foi do VAR, comandado por Douglas Silva, que deveria ter interferido. O critério de interferência no Gauchão tem sido aplicado em lances até menos claros, mas, dessa vez, o VAR optou por não chamar o árbitro, destoando do padrão.
Isso impediu o juiz de uma segunda análise, contrariando a orientação de Leandro Vuaden, chefe da arbitragem da FGF, que defende que o VAR deva pecar pelo excesso se for o caso para evitar erros graves.
Para piorar, houve outro lance que exigiu a interferência do VAR: uma falta de Camilo, do Grêmio, sobre Jadson, do Juventude, na origem do terceiro gol gremista, marcado por Edenilson. A arbitragem não marcou a infração em campo, mas o VAR recomendou a revisão. Gol anulado corretamente.
Esse acerto tornou o erro do primeiro tempo ainda mais evidente. A diferença de critério entre os dois lances gerou questionamentos.
Além disso, o erro inicial parece ter impactado na condução da partida. Até por não ter tido a oportunidade de revisar a jogada, Jonathan Pinheiro parecia estar carregando o peso da decisão anterior. A própria demora na decisão para a anulação do gol retrata a falta de tranquilidade que se estabeleceu no jogo.
O caso reforça a importância da consistência no uso do VAR. Esse é o grande desafio que se tem pela frente após uma jornada repleta de polêmicas.