O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (26) que as tarifas sobre os produtos canadenses e mexicanos vão entrar em vigor em abril.
"Em 2 de abril", respondeu Trump, após ser questionado sobre quando as tarifas aduaneiras seriam aplicadas, depois de ter dado, no início de fevereiro, um mês de prazo a Canadá e México para chegarem a um acordo e evitarem tarifas de 25%.
"Não vou cancelar as tarifas, não. Milhões de pessoas morreram por causa do fentanil que entra pela fronteira", acrescentou o presidente americano, que pediu a seus vizinhos que agissem de forma determinante contra esse opioide sintético e a migração irregular.
Trump fez essas declarações durante a primeira reunião do Executivo, horas antes do gabinete de segurança do México se reunir com o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, nesta quinta-feira, em Washington. A reunião é justamente para tentar evitar as tarifas, que, na falta de um acordo, deveriam entrar em vigor na próxima terça-feira.
Nas últimas semanas, México e Canadá tomaram medidas para agradar o país vizinho.
O México, por exemplo, enviou 10.000 militares para a fronteira comum para combater o tráfico de drogas para os Estados Unidos, destino de mais de 80% das exportações mexicanas.
O magnata republicano reconheceu nesta quarta-feira que o número de travessias irregulares de migrantes através da fronteira com o México caiu drasticamente, mas ele atribuiu isso à sua política.
Os dados "têm sido bons, mas isso também se deve a nós. Em grande parte, a nós. Neste momento, é muito difícil entrar pela fronteira", declarou.
Mas "o estrago já foi feito", afirmou, referindo-se às mortes por overdose de fentanil, que matam dezenas de milhares de pessoas por ano nos Estados Unidos, segundo dados oficiais.
O fentanil "vem principalmente da China", que já está sujeita a tarifas, "mas chega através do México e do Canadá", disse Trump.
Na segunda-feira, o presidente republicano avisou que as tarifas "continuam avançando [...] conforme o programado" com seus parceiros do tratado de livre-comércio (T-MEC).
Se a ameaça das tarifas se concretizar, poderá afetar as cadeias de abastecimento em setores-chave como o automotivo.
* AFP