
Assistimos preocupados à escalada dos casos de dengue no Rio Grande do Sul, enquanto repetimos exaustivamente as formas de prevenção. De fato, precisamos revisar os jardins e piscinas, cuidar dos possíveis criadouros de mosquito e passar repelente. Mas diante desse aumento e vivendo num país enorme e tropical, por que a vacina ainda não se popularizou?
O Ministério da Saúde enviou quase 87 mil doses ao Estado desde abril do ano passado. É pouco.
O foco está em crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos de localidades prioritárias. São considerados os dados dos municípios com base na série histórica de casos de dengue, conforme critérios da área técnica do Ministério. No entanto, não há previsão para novas remessas, nem para ampliação do público-alvo, embora a secretaria da saúde tenha solicitado mais. A produção, hoje, é feita apenas por um laboratório japonês.
O secretário de Saúde da Capital, Fernando Ritter, acredita que o principal motivo é ser um problema de países tropicais e subdesenvolvidos.
Quer dizer que se fosse uma doença que acomete europeus ou norte-americanos, haveria pressão mundial e mais laboratórios produzindo o antídoto. A vacina de dose única desenvolvida pelo Instituto Butantan será um ótimo avanço quando for aprovada pela Anvisa. Até lá, seguimos com poucas e restritas doses.