Seis mulheres assassinadas por parceiros ou ex-companheiros em um curto intervalo de tempo é uma situação sem precedentes no Estado. A delegada Cristiane Ramos, diretora da Divisão de Proteção e Atendimento à Mulher da Polícia Civil, afirmou que não se lembra de algo semelhante — nem no Rio Grande do Sul, nem no Brasil.
— A gente jamais teve um momento desses. E não existe uma explicação simples para isso — declarou em entrevista ao Gaúcha Atualidade nesta terça-feira (22).
A delegada chamou atenção para o chamado “ciclo da violência”, em que a mulher não consegue se desvencilhar. O padrão, segundo ela, costuma começar com atitudes de controle — como a vigilância sobre as amizades e os contatos da mulher — e evolui para abusos morais, psicológicos, patrimoniais e sexuais. Em muitos casos, termina de forma trágica, como nos feminicídios registrados nos últimos dias.
Ao longo do feriadão, o número de mulheres assassinadas no Estado chegou a 10.