Quem acompanha a realidade de agricultores e pecuaristas no interior do Estado sabe que as falhas na distribuição da energia elétrica são um entrave ao avanço da produção. Resfriadores de leite que, acionados, derrubam o fornecimento da residência e bombas para irrigação de lavouras que deixam de funcionar pela interrupção do abastecimento são só alguns exemplos.
Na tentativa de melhorar a qualidade da energia no meio rural, uma força-tarefa envolvendo CEEE e as secretarias da Agricultura e da Infraestrutura será anunciada nesta quarta-feira pelo governador Tarso Genro, em São Lourenço do Sul.
O movimento - batizado de Programa Reforço da Energia no Campo - promete dar mais celeridade a dois contratos já firmados com a Eletrobras, que somam mais de R$ 100 milhões e vinham sendo implantados lentamente, como pontua o diretor de distribuição da CEEE, Guilherme Barbosa.
São duas ações paralelas. A primeira focará nas redes de distribuição, com a troca de cabos, de postes e a melhora na operação do sistema - leia-se reguladores automáticos. A segunda centrará forças na construção de subestações e linhas de transmissão.
Na Metade Sul, duas subestações já foram inclusive licitadas e outras duas estão em processo. Também há uma subestação prevista para o Litoral. Como demandam mais tempo, a projeção é de que esses projetos sejam concluídos até 2016.
- Depois que houve o avanço com o Luz Para Todos, a reivindicação agora é energia para a produção - avalia Barbosa.
Um dos setores que mais sofreu nesta safra com os problemas na distribuição de energia foi o da produção de arroz. A queda no fornecimento impediu o funcionamento dos equipamentos de irrigação - 100% das lavouras de arroz são irrigadas. O impacto aparece na alta dos custos de produção, observa o presidente da Federarroz, Henrique Dornelles. Ele avalia como positiva a força-tarefa, mas pondera:
- Esperamos que se faça uma reforma consistente nas redes alimentadoras ainda neste ano. O que a gente não quer é uma nova crise. Porque esse ano foi de crise.