A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
A Show Rural Coopavel, em Cascavel, no Paraná, virou palco para a história da pecuária gaúcha nesta edição. Com chifres que podem chegar a dois metros de envergadura, nove exemplares da raça bovina franqueira estão expostos na feira até sexta-feira (14). E, todos eles, resguardam a memória da atividade, que já foi a principal economia do Rio Grande do Sul.
Aliás, esse é o objetivo da Fazenda Gaúcha, de Braganey, no interior do Paraná, do gaúcho Edegar Fredrizzi Filho: ter esses animais como "guardiões" da memória gaúcha.
— Alguma coisa vai para abate, mas nós criamos para manter a nossa história e a relíquia do patrão — salienta Jair José Bueno, tratador desses animais nesta edição.
A história da raça franqueira, continua Bueno, "é mais velha do que a nossa":
— Eles ajudaram a construir as pirâmides no Egito (carregando materiais). No Brasil, vieram com os jesuítas, em 1534. É a primeira raça de bovino genuinamente nativa do Sul.
Hoje, segundo Bueno, há um criador da raça no Paraná e três no Rio Grande do Sul. E, pelo menos na Fazenda Gaúcha, por mais uma geração, essa história seguirá mantida.
— O avô do Edegar começou com a criação, depois o pai, agora ele. E o filho já disse que vai continuar — conta o tratador.
Com dupla aptidão, tanto para a produção de carne, quanto de leite, a raça era conhecida como "gado selvagem" antigamente. Apesar do nome, é conhecida pela docilidade.
*A coluna viajou a convite do Pool de Imprensa Show Rural Coopavel