A produção de fumo no Estado costuma permanecer como atividade de uma mesma família ao longo de diferentes gerações. O que não significa que essa cultura não esteja se reinventando por meio de novas tecnologias e para enfrentar pressões diversas (como de mercado e antitabagistas). Mudanças sugeridas pela indústria e por produtores se tornam solução para diferentes problemas econômicos, produtivos e socioambientais. Para identificar as tendências do setor, o Campo e Lavoura buscou a
ajuda de especialistas para indicar o que deve se consolidar nos próximos anos.
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Novas técnicas para acelerar o trabalho
Ter menos mão de obra nas lavouras de fumo é tanto uma meta para diminuir o custo de produção quanto uma consequência da escassez de trabalhadores terceirizados. É justamente por reduzir a necessidade de pessoal e exigir menos tempo do produtor que tende a se difundir uma tecnologia que ainda é novidade no Estado: o sistema de grampos para cura do tabaco, avalia o gerente técnico da Associação dos Fumicultores
do Brasil, Iraldo Backes.
O processo elimina o trabalho de costurar as folhas em varas, com uso de tecedeira. Em vez disso, o produtor utiliza uma espécie de prensa, onde se colocam feixes de fumo e, com um movimento rápido, eles são presos em estruturas metálicas chamadas de grampos e levados para a estufa. Além disso, economiza mais de 50% da lenha usada no método tradicional.
- No modo convencional, levava um dia para encher a estufa o com 500 varas. Agora, preciso de três horas e meia para o equivalente a 800 varas - diz Adelmo Lucini, 49 anos, de Venâncio Aires.
A única ressalva à tecnologia ainda é o preço. A técnica exige uma estufa especial, automatizada e com encaixes para os grampos, que custa em torno de R$ 30 mil, o dobro de uma convencional. Mas o gerente técnico da Afubra indica que é possível adaptar as estufas convencionais por um valor mais baixo.
- O investimento feito vale muito à pena. A mão de obra está crítica, e a técnica facilita a vida do produtor - avalia Backes.
Sustentabilidade no horizonte
Também é tendência a ampliação das práticas ambientalmente corretas, que podem elevar a produtividade, que até os anos 2000 era de 1,8 tonelada de fumo por hectare, para 2,3 toneladas (obtida na atual safra). Abaixo, veja quais são algumas dessas práticas.
- Tratamento de solos
- Plantio de cultivo mínimo
- Plantio direto
- Recolhimento de embalagens vazias de agroquímicos
- Erradicação do trabalho infantil
- Uso dos equipamentos de proteção individuais (EPIs)
- Preservação da Mata Atlântica
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