
Um dia após a nova política tarifária dos Estados Unidos, popularizada como "tarifaço de Donald Trump", entrar em vigor, mais de 50 países solicitaram renegociação comercial com a Casa Branca neste domingo (6). É o que revela Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional dos EUA.
Hassett revelou a informação durante entrevista à ABC News, mas preferiu manter em sigilo quais países buscam renegociar as tarifas junto aos Estados Unidos, segundo o g1. Apesar disso, pontuou que o objetivo de todos que procuraram a Casa Branca é reduzir as tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump.
O diretor do Conselho Econômico Nacional também explicou que o pacote de tarifas não é uma manobra indireta de Trump para pressionar o Banco Central dos Estados Unidos a cortar as taxas de juros no país.
Sobre a ausência da Rússia na lista de países contemplados com tarifas norte-americanas, Hassett alegou que Trump entendeu que impor novas taxas aos russos poderia prejudicar as negociações de paz entre o país e a Ucrânia — conduzidas de perto pelo presidente norte-americano.
Tarifas impostas
Com o slogan "Dia da Libertação", Donald Trump anunciou na quarta-feira (2) tarifas recíprocas a países que taxam produtos de origem norte-americana. A alíquota estabelecida para o Brasil foi de 10%.
Trump exibiu uma tabela com as alíquotas cobradas pelos países e as que serão aplicadas pelos Estados Unidos. A tarifa média, segundo ele, será de 25%. Para a China, a taxação será de 34%, e para a União Europeia, 20%. Camboja, com 49%, e Madagascar, com 47%, lideram.
Além disso, foram apresentadas:
- Tarifa de 25% sobre qualquer país que importe petróleo e/ou gás da Venezuela;
- Tarifas adicionais de 20% sobre a China;
- Tarifas sobre medicamentos farmacêuticos importados, ainda a serem definidas;
- Tarifa de 25% sobre a importação de aço e alumínio, já em vigor desde 12 de março;
- Tarifas de 25% sobre algumas das importações vindas do México e do Canadá e que não se enquadrem no USMCA (acordo comercial que existe entre os três países).
Impacto no Brasil
No caso do Brasil, a base para todos os produtos é de 10%. Aço e alumínio, que têm taxas próprias já anunciadas, seguem com 25%.
Para especialistas em comércio exterior consultados por Zero Hora, as tarifas impostas ao Brasil "ficaram dentro do esperado", e o efeito geral na atividade econômica brasileira, pelo menos em um primeiro momento, deve ser moderado.