Um menino de cinco anos, natural de São Paulo, foi reconhecido como a pessoa mais jovem do mundo a descobrir asteroides. Miro Latansio Tsai já identificou até o momento 15 corpos celestes deste tipo que já foram confirmados pela Agência Espacial Americana (Nasa).
Segundo Carla Latansio, mãe do menino, desde muito cedo Miro manifestou interesse por astronomia e ciência. Com dois anos, ele sabia o nome de todos planetas do Sistema Solar. "Na primeira visita que fizemos ao Museu Catavento, em São Paulo, na entrada tinha todos os planetas na parede e ele foi passando e apontando os dedinhos e falando o nome de todos", relembra Carla em entrevista para a Folha de São Paulo.
Durante a quarentena, o menino viu um anúncio de uma iniciativa internacional que tinha como objetivo localizar asteroides, chamada oficialmente de Colaboração Internacional de Pesquisa Astronômica (Iasc, em inglês). O projeto é coordenado pela Nasa e conta com o apoio de outras instituições ao redor do mundo. No Brasil, o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) é o responsável pela divulgação e engajamento dos brasileiros, e premiou em janeiro deste ano a estudante Verena Paccola, 22 anos, por ter descoberto mais de 25 asteroides, sendo um deles classificado como raro.
Após Miro manifestar interesse no projeto, Carla resolveu inscrever o filho. De acordo com ela, o menino aprendeu rapidamente como manusear o programa de computador utilizado para analisar as imagens disponibilizadas pela Nasa. Foi com o uso destas ferramentas que ele conseguiu identificar 15 asteroides entre outubro e novembro do ano passado.
Devido ao desempenho de Miro, ele foi convidado para a 18ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, ocorrida de 3 a 10 de dezembro de 2021. Na ocasião, o menino ganhou dois certificados de mérito, um concedido pelo MCTI e outro pela Iasc e Nasa, e uma medalha.
Com os resultados alcançados pelo filho, Carla teve a ideia de promover uma iniciativa para que Miro pudesse ajudar os amigos e outras crianças a identificar asteroides. O projeto foi nomeado como "Clubinho do Miro" e está em pleno funcionamento. "Eu abri o meu clube de astronomia porque os meus amigos gostaram tanto de ver minha medalha, então eu abri um clubinho para ensinar eles", explicou o garoto.
Miro pretende continuar no projeto da Iasc, mas também está envolvido em outros dois programas. O primeiro, Imagens do Céu Profundo, é uma iniciativa do MCTI em parceria com a Iasc e outras organizações. O segundo, chamado de Globe, é coordenado pela Nasa e tem como objetivo realizar o monitoramento do clima global.