
O câncer de intestino é o segundo mais comum em ambos os sexos, ficando atrás apenas do de próstata nos homens e do de mama nas mulheres.
Conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil registra mil casos por ano de câncer colorretal. A estatística equivale a uma incidência de 21,10 casos para cada 100 mil habitantes. Desse total, 70% dos casos concentram-se nas regiões Sul e Sudeste.
A campanha Março Azul procura conscientizar sobre esse tipo de câncer, muitas vezes de ação silenciosa, chamado ainda de colorretal ou do cólon e reto. O slogan deste ano é: "Chegou a hora de salvar a sua vida. Previna-se contra o câncer de intestino”.
Conforme a médica Heloisa Guedes Müssnich, membro da Comissão Permanente de Prevenção do Câncer de Intestino da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), a previsão é de 45 mil novos casos de câncer de intestino por ano no país. E o pior — a incidência tem crescido entre o público mais jovem.
— O câncer de intestino pode ser evitado. Quando se retira um pólipo benigno é possível evitar que ele se torne um câncer. Com essa frequência em pessoas jovens, já aceitamos o diagnóstico precoce. Se for diagnosticado precocemente temos mais de 90% de índices de cura — afirma a doutora Heloisa.
Atualmente, a cantora Preta Gil enfrenta um câncer de intestino. Já a colega Simony está com a doença em fase de remissão. O Rei Pelé e o ídolo vascaíno Roberto Dinamite também precisaram lidar com essa enfermidade enquanto estavam vivos.
Sintomas e prevenções
As suspeitas do aumento de casos de câncer de intestino entre os jovens estão relacionadas à alimentação processada, ao consumo de embutidos e fast-foods. Mas fatores como ingestão de carne, gordura animal, estresse, fumo e álcool também entram nessa lista.
— As regiões Sul e Sudeste estão entre as de maior concentração do câncer de intestino, porque nesses locais há mais esse estilo de vida — observa, citando também o sobrepeso como outro fator de risco.
O câncer colorretal pode se desenvolver de forma silenciosa. Geralmente afeta homens e mulheres com 45 anos ou mais, além de pessoas com histórico familiar da doença.
A mensagem é quem procura, cura.
HELOISA GUEDES MÜSSNICH
Médica integrante da Comissão Permanente de Prevenção do Câncer de Intestino da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP)
Os principais sintomas incluem sangramentos, dores na região anal, muco nas fezes, alterações na aparência das fezes, sensação de evacuação incompleta, anemia, perda de peso, inchaço abdominal e mal-estar.
Um dos exames preventivos mais solicitados por especialistas é o de colonoscopia. Outro exame que auxilia no diagnóstico é o Teste FIT, que detecta sangue nas fezes, mesmo que esteja oculto a olho nu.
— As recomendações mundiais de saúde indicam o exame a partir dos 45 anos. Toda a pessoa a partir dessa idade deverá incluir em seu check-up a avaliação do intestino — compartilha a médica.
Entretanto, nos casos de histórico familiar, a orientação é que a investigação comece a ser realizada mais cedo. Segundo Heloisa, a principal orientação para quem enfrenta o câncer de intestino é a manutenção do tratamento.
— A mensagem é quem procura, cura — conclui.
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