Pense em todos os jogos que, de alguma maneira, envolvem o uso de armas de fogo. Jogos de guerra, jogos de investigação, jogos de super-heróis, sci-fi, fantasias em outras dimensões, enfim. Pense no que era preciso fazer para adquirir essas armas: vasculhar o cenário, comprar, roubar, construir, pegar dos adversários, enfim.
Agora como você consegue suas armas de fogo em Watch Dogs 2?
Você IMPRIME elas em uma impressora 3D.
Esse, meus amigos, é o tom do game da Ubisoft. Pelas artes divulgadas, que mostravam as vestimentas dos personagens, dava para ter uma noção que a coisa seria hipster. Mas imprimir armas me derrubou sobremaneira. Sério.
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Não que esse seja um problema, longe disso. Achei, inclusive, inventivo. No geral, é só mais um indicador da São Francisco descoladíssima que a desenvolvedora construiu para seu jogo. A cidade é coberta por street art e quase ninguém parece vestir uma única peça de roupa, digamos, normal. Estilo, muito estilo. Todo mundo é estiloso pacas em Watch Dogs 2.
Daí que, às vezes, satura um pouco. Talvez porque quisessem um clima menos sombrio que o primeiro Watch Dogs, pesaram a mão na paleta de cores na sequência. Dá para entender e acho que eles acertaram na maior parte do tempo. Os personagens são muito, mas muito melhores do que Aiden Pearce. Não apenas o protagonista, Marcus, mas todos os que o cercam.
Pearce era impossível de amar. O estereótipo do herói caído, taciturno e sem brilho, lutando por vingança motivado por um trope batido. Logo no início de Watch Dogs 2, Marcus está caindo na farra na praia com os amigos e acordando de cuecas na casa de desconhecidos. É disso que a gente está falando, ora essa. É com esse tipo de gente que eu quero seguir em frente.
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Gustavo Brigatti
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