Acho que foi o primeiro jogo que eu comprei via aplicativo da PSN. De tanto que eu queria. Um beat 'em up clássico, pixelado, trilha sonora em MIDI e co-op local. Comprei pelo celular assim que vi que tinha sido lançado. No começo de dezembro. Daí cheguei em casa e botei para rodar o Mother Russia Bleeds.
Chamei minha namorada para jogar. Ela é muito parceira de sofá e eu queria muito compartilhar com ela o momento. Beat 'em ups forjaram meu caráter. Streets of Rage, Double Dragon, Tartarugas Ninja, Final Fight, Golden Axe. Escolha um personagem e siga reto debulhando hordas de inimigos. Se tiver um parceiro é ouro, ninguém pisca até que o último chefão bata as botas em câmera lenta.
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Então eu estava emocionado. É possível escolher entre quatro personagens, diferenciados pelo balanceamento entre força, velocidade, altura do pulo e resistência. Peguei Boris, o brucutu. Minha mina pegou a garota, Natasha. Tutorial, sim, queremos. Um botão para pular, outro para bater leve, outro para bater forte, um quarto para agarrar. Um para corridinha, um para interagir com o cenário e outros dois para interagir consigo mesmo. Combinações de botões geram combos, entendi, tá tudo dominado, bora pra porradaria.
Daí começa o jogo. Opção de idioma em português, massa. Logo nos primeiros diálogos dá pra perceber o DNA da Le Cartel, estúdio francês responsável pelo incrível Hotline Miami. Nos anos 1980, você é parte de uma galera de ciganos que sobrevive nos estertores da União Soviética. O cenário é de desolação completa e você entrar em uma arena para brigar contra mendigos em troca de trocados. Era isso ou ganhar a vida comendo lixo. Bora cair na porrada.
Mas alguma coisa dá errada e você acaba capturado e jogado num buraco que é uma mistura de prisão com laboratório de pesquisas "científicas" gerido por um bando de sádicos. E descobre que está sendo cobaia de experimentos genéticos. E o único jeito é abrir caminho na muqueta até a saída, enfrentando mutantes, detentos e guardas, em cenários que se movimentam na horizontal e vertical bem detalhados em toda a sua glória pixelada de 16-bits.
Coluna
"Mother Russia Bleeds" é bonita homenagem aos beat 'em ups
Jogo da Le Cartel aposta na violência estilizada para entregar game divertido e que pode ser jogado em modo cooperativo local
Gustavo Brigatti
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