- Acusado de matar a companheira, Débora Michels Rodrigues da Silva, em janeiro de 2024, em Montenegro, no Vale do Caí, Alexsandro Gunsch, vai a júri nesta quinta-feira (5);
- O homem de 48 anos responde por feminicídio qualificado, por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima;
- Ele agrediu Débora e deixou o corpo em frente à casa dos pais da vítima, segundo a polícia;
- Alexsandro estava preso preventivamente na Penitenciária Estadual de Canoas I;
- O julgamento ocorre a partir das 8h, na 1ª Vara Criminal da Comarca de Montenegro.
Relembre o caso
Débora Michels Rodrigues da Silva, 30 anos, foi encontrada morta na manhã do dia 26 de janeiro, em frente à casa dos pais. À Polícia Civil, o homem admitiu ter agredido a mulher e ter abandonado o corpo dela na calçada.
Em depoimento, Gunsch disse à polícia que, durante uma discussão, ele e a vítima trocaram agressões. Na sequência, ele teria a segurado pelo pescoço, levantado e arremessou contra um guarda-roupas, momento em que ela teria começado a passar mal.
Depois, ele relata que colocou Débora no carro e, no deslocamento, percebeu que ela estava morta. Gunsch disse ter ficado desesperado com a situação e decidido deixar o corpo em frente à casa da família.
MP afirma que crime foi premeditado
No entendimento do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), no entanto, o crime teria acontecido de outra forma. Para a acusação, ele assassinou Débora de forma premeditada. Após fazer uso de cocaína, por estar irritado pelo término do relacionamento, teria esganado a personal trainer.
Após, conforme o MP, o homem recolheu o corpo dela, colocou em seu carro e abandonou em frente à casa dos pais dela. A morte, conforme certidão de óbito, foi causada por asfixia mecânica. Para o Ministério Público, o motivo torpe se dá em razão do sentimento de posse do réu em relação à vitima.
Dois dias antes de ser encontrada morta, Débora havia feito a vistoria no imóvel onde planejava recomeçar a vida.

A vítima
Debby, como era conhecida, atuava como personal trainer desde 2011. Nas redes sociais, compartilhava dicas e a rotina de treinos. Formada em Educação Física pela Unisinos, trabalhava em uma academia em Montenegro.
Dedicada aos cuidados com o corpo, chegou a vencer competições de fisiculturismo. Alexsandro também é fisiculturista. Os dois trabalhavam na mesma academia, segundo a família.
— Quando ela estava na faculdade de Educação Física, ela dava instrução para ele na academia. Se conheceram lá, se relacionaram, se apaixonaram. Eles viviam 24 horas juntos. Trabalhavam na mesma academia havia anos — relata o pai.
A morte de Débora causou comoção no município, onde chegou a ser realizado um protesto.
Como pedir ajuda
A Central de Atendimento à Mulher — Ligue 180 — é um serviço público e gratuito do governo federal que orienta sobre os direitos das mulheres e sobre os serviços da Rede de Atendimento à Mulher em situação de violência no Brasil.
A plataforma também analisa e encaminha denúncias para os órgãos competentes. O funcionamento é 24 horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados. Além da ligação para o número 180, o contato pode ser feito por mensagens no WhatsApp: (61) 9610-0180 ou no e-mail central180@mulheres.gov.br.
Brigada Militar – 190
Se a violência estiver acontecendo, a vítima ou qualquer outra pessoa deve ligar imediatamente para o 190. O atendimento é 24 horas em todo o Estado.