![Daniel Abreu Mendes / Arquivo Pessoal Daniel Abreu Mendes / Arquivo Pessoal](https://www.rbsdirect.com.br/filestore/6/1/5/5/1/1/5_c646f3b0b26e914/5115516_7328cac102954ab.jpg?w=700)
O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) pediu, nesta segunda-feira (10), a internação pelo prazo máximo permitido por lei e sem atividades externas para o adolescente de 17 anos suspeito de matar um policial civil no dia 21 de janeiro, em Butiá, na Região Carbonífera.
O crime aconteceu durante uma operação da Polícia Civil contra o tráfico de drogas. Durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão, o adolescente teria atirado contra os policiais, atingindo o escrivão Daniel Abreu Mendes, 40 anos. O policial foi socorrido, mas não resistiu.
O MPRS solicitou que o adolescente cumpra medida socioeducativa pelo homicídio qualificado do policial e seis tentativas de homicídio, além de posse ilegal de armas, tráfico de drogas e associação ao tráfico.
Os promotores Marcelo Fischer e Laura de Castro Mendes destacaram a gravidade do caso e defenderam a punição mais rígida prevista em lei. Fischer afirmou que atacar policiais é um atentado contra o Estado Democrático de Direito, enquanto Laura ressaltou a importância de evitar que jovens sejam cooptados pelo crime organizado.
O crime
A Polícia Civil cumpria um mandado de busca e apreensão contra uma mulher de 26 anos, investigada por tráfico de drogas, quando foi recebida a tiros dentro da casa. O adolescente, que seria companheiro da suspeita, teria disparado contra os agentes assim que o escrivão entrou no quarto. Mendes, que usava colete à prova de balas, foi atingido na lateral do corpo e no pescoço. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu. Durante o ataque, uma criança de seis anos, filha da suspeita, foi atingida de raspão na cabeça, mas não foi gravemente ferida.
O adolescente foi apreendido e a mulher presa em flagrante. Na casa, a polícia encontrou armas, munição, coletes balísticos e grande quantidade de drogas.
Histórico criminal
De acordo com o MP, o jovem já havia sido apreendido duas vezes antes da morte de Mendes. Em abril de 2023, foi internado provisoriamente por suspeita de envolvimento na morte de uma adolescente, mas foi solto em maio porque o Ministério Público não apresentou a representação no prazo. O caso segue tramitando e ainda aguarda a primeira audiência.
Em julho, ele foi apreendido novamente por ameaçar rivais com uma arma de fogo. Ele entrou na Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase) naquele mês. Em dezembro, uma audiência avaliou seu caso. Apesar da juíza considerar cedo para soltá-lo, o MP e a equipe técnica recomendaram a progressão do regime, e ele passou para liberdade assistida, com monitoramento por seis meses. O adolescente ainda estava sob essa medida quando foi novamente apreendido pela morte do policial.