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Responsável pelo caso do bolo envenenado que causou a morte de três pessoas da mesma família em Torres, o delegado Marcus Vinicius Veloso comentou o andamento da investigação em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, nesta terça-feira (21).
Ele afirmou que ainda não recebeu o laudo do Instituto-Geral de Perícias (IGP) sobre os alimentos levados por Deise Moura dos Anjos para a sogra, Zeli Teresinha dos Anjos, quando ela estava internada no hospital.
— Eu posso estar enganado, tá? Eu acho pouco provável que esse material esteja envenenado — avaliou o delegado.
Indagado sobre os motivos que lhe levam a crer na hipótese, Veloso respondeu:
— Pelas informações que nós temos, por saber onde foi comprado, tudo mais. Nós já tínhamos ido na casa da investigada, fizemos uma perícia muito minuciosa e a perícia foi mais minuciosa ainda.
Presa preventivamente durante a investigação da morte de duas irmãs e uma sobrinha de Zeli — que comeram o bolo envenenado com arsênio na antevéspera do último Natal —, a suspeita visitou a sogra quando ela estava na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, em 5 de janeiro.
Marido da suspeita não é investigado
Neste momento, a investigação policial não considera Diego dos Anjos, marido de Deise, suspeito de participar do envenenamento da farinha utilizada no bolo que causou a morte de três pessoas e a internação de outras três.
— O marido da investigada sempre foi muito solícito às investigação. Continuo o enxergando neste inquérito como uma testemunha — afirmou Veloso, com a ressalva de que o inquérito ainda não foi concluído e "nenhuma possibilidade é descartada".
Recentemente, exames do IGP detectaram a presença de arsênio na urina dele e do filho. O colunista Humberto Trezzi revelou que a dupla teria sofrido tentativa de envenenamento antes do episódio do bolo.
Ambos teriam sido contaminados ao ingerir um suco de manga, mas as circunstâncias ainda não foram apuradas. Questionado sobre a possibilidade de a suspeita envenenar o filho acidentalmente, com foco apenas no marido, o delegado fez nova ressalva:
— A gente não confirma essa informação. Eu não posso afirmar que foi acidental, mas o filho tomou (o suco).
Situação de Zeli
Apontada como principal alvo de Deise, Zeli Teresinha dos Anjos ficou 19 dias internada por intoxicação alimentar. Ela prestou depoimento durante cinco horas na segunda-feira (20).
Veloso descreveu Zeli como "uma pessoa super querida" e revelou que ela ainda apresenta sequelas pelo envenenamento. Agentes da Polícia Civil buscaram ela em sua casa em Arroio do Sal, no Litoral Norte, em uma viatura discreta, para prestar depoimento.
— Ela tem dificuldade de caminhar e foi muito paciente no depoimento de cinco horas. É uma pessoa muito amada, duas amigas ficaram na delegacia o tempo inteiro esperando Zeli terminar o depoimento. É uma pessoa muito para frente, alegre, mesmo diante de tudo que aconteceu.