A Justiça condenou 10 pessoas por envolvimento na construção de um túnel para a fuga de criminosos do Presídio Central de Porto Alegre.
O plano foi interceptado pela Polícia Civil em 2017. A decisão envolve principalmente criminosos apontados como financiadores da ação que, se consumada, seria a maior fuga do sistema prisional do Rio Grande do Sul.
São eles Tiago Benhur Flores Pereira, com 37 anos e oito meses de prisão, Fábio Roberto Souza Nunes, com 24 anos e oito meses de pena, Fabrício Santos da Silva, condenado a 18 anos e oito meses e Antônio Marcos Braga Campos, o Chapolin, com pena de 18 anos e oito meses.
Os dois primeiros foram enquadrados em crimes de organização criminosa armada, tentativa de facilitação de fuga de preso, associação para o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Os outros dois não foram responsabilizados por associação para o tráfico. Dois dos 12 réus foram absolvidos: Daniel dos Santos Conceição e Juliano Biron da Silva.
A sentença é da 1ª Vara Estadual de Processo e Julgamento dos Crimes de Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro. O processo teve como base investigações da Operação Túnel Santo. Em 2017, nove pessoas presas em flagrante dentro da casa a partir da qual a escavação era feita já haviam sido condenadas por organização criminosa e facilitação de fuga de presos.
O imóvel onde começava a obra do túnel está situado na Rua Jorge Luís Domingues, no bairro Aparício Borges. A estrutura já tinha 47 metros de comprimento em direção à cadeia quando o Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) deflagrou a ação. A investigação já durava três meses quando surgiu a informação de que a fuga em massa poderia ocorrer no feriadão de Carnaval, o que fez a polícia acelerar o trabalho à época.
As investigações apontaram que faltavam cerca de 60 metros para o túnel atingir o pavilhão em que estavam os detentos que financiaram a obra, identificados como lideranças da facção "Os Manos". A apuração também apontou que o plano custou cerca de R$ 1 milhão e que a facção responsável venderia espaço de fuga para membros de outras organizações.
Os condenados
Tiago Benhur Flores Pereira
Organização criminosa armada, tentativa de facilitação de fuga de preso, associação para o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
37 anos e oito meses de prisão
Fábio Roberto Souza Nunes
Organização criminosa armada, tentativa de facilitação de fuga de preso, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro.
24 anos e oito meses
Fabrício Santos da Silva
Organização criminosa armada, tentativa de facilitação de fuga de preso e lavagem de dinheiro.
18 anos e oito meses
Antônio Marcos Braga Campos (Chapolin)
Organização criminosa armada, tentativa de facilitação de fuga de preso e lavagem de dinheiro.
18 anos e oito meses
Tatiana Camila Mendoza Baserga
Organização criminosa armada.
Quatro anos e quatro meses
Marcelo Rafael Silveira Cardoso
Organização criminosa armada, tentativa de facilitação de fuga de preso.
10 anos
Carlos Augusto Michaelsen
Associação para o tráfico de drogas.
Três anos de reclusão, pena substituída por duas penas restritivas de direitos
Eliseu dos Santos
Associação para o tráfico de drogas.
Três anos de reclusão, pena substituída por duas penas restritivas de direitos
Pamella Carvalho Guedes
Lavagem de dinheiro.
Sete anos de reclusão
Ezequiel Conceição
Lavagem de dinheiro.
Sete anos de reclusão