A Polícia Civil divulgou neste sábado (12) que apreendeu, nesta semana, cocaína cor-de-rosa durante ação no Vale do Caí. Conforme a corporação, ainda não havia no Estado registro de apreensões dessa substância — considerada de grande poder alucinógeno e alto risco para a saúde.
A informação é do titular da 3ª Delegacia do Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc), delegado Gabriel Borges. Segundo ele, o entorpecente estava em meio a outros mais de 130 quilos de drogas, dentro de tonéis enterrados em uma residência no município de São Sebastião do Caí.
De acordo com a apuração, o local era usado como um laboratório e depósito de drogas por uma facção criminosa que atua em todo o RS. Na ação, dois suspeitos que faziam a segurança do imóvel foram presos.
— Fora do Brasil já é consumido há algum tempo este tipo de droga e já houve outras apreensões em outros Estados. Mas, pelo que apuramos inicialmente, todos os casos no máximo de dois anos para cá, mais ou menos. Esta droga é muito forte e pode causar grave dano à saúde humana, e estamos preocupados com isso. Nosso trabalho é evitar que isto volte a acontecer no Rio Grande do Sul — diz o delegado.
Borges afirma que a cocaína cor-de-rosa foi encaminhada para análise do Instituto-Geral de Perícias (IGP). O objetivo do Denarc é intensificar a investigação para saber de onde veio a droga, como ela entrou no Estado, além dos envolvidos nesta que pode ser a primeira negociação desse tipo de entorpecente envolvendo traficantes gaúchos.
— Estamos sempre atentos a novas drogas inseridas no mercado ilegal. O encaminhamento ao IGP é para verificar até se esta droga pode ou não levar à morte, como já estamos nos inteirando de casos deste tipo em outros países — complementa o diretor de Investigações do Denarc, delegado Alencar Carraro.
Cocaína cor-de-rosa
O nome da cocaína cor-de-rosa é 2-CB, ou 2-dimetoxibenzaldeído. Em outras regiões e países, a substância também é conhecida como "vênus", "erox" ou "nexus".
Segundo o que a polícia já apurou, essa droga não é muito comum no Brasil por ter alto custo de produção e por ter distribuição restrita a bairros nobres, tanto em cidades do país quanto do Exterior. Descoberta em 1974, ela seria inicialmente usada para o tratamento de dependentes químicos.
Neste ano, após autópsia no corpo da brasileira Emmily Rodrigues Santos Gomes, 26 anos, que caiu de um prédio localizado em uma área nobre de Buenos Aires, na Argentina, foi constatada a presença de cocaína cor-de-rosa. As causas da morte ainda são apuradas.