Uma grande incógnita paira sobre o Oriente Médio, a despeito da emoção devido ao início da libertação dos reféns: quem irá governar a Faixa de Gaza no momento em que o último cativo for libertado e que as forças israelenses saírem do território?
Da resposta a essa questão depende o futuro da região - e a garantia de que Israel não voltará a ser invadido por terroristas, como em 7 de outubro de 2023.
O acordo de cessar-fogo não traz detalhes sobre o "dia seguinte", deixando em aberto o tema, que só deve ser negociado no fim da segunda etapa do acerto. O Hamas tentou dar uma demonstração de força neste domingo (19), ao exibir o que sobrou de seu efetivo mascarado e com fuzis em punho em frente a caminhonetes na transferência das reféns para a equipe da Cruz Vermelha.
O grupo, que venceu a eleição em 2006, ganhou uma guerra fratricida com a Fatah no ano seguinte e passou a comandar o território, impondo uma ditadura de terror. Os palestinos de Gaza são reféns em seu próprio território.
Aos 89 anos, o líder palestino Mahmoud Abbas, herdeiro de Yasser Arafat, está idoso e comanda uma organização política, a Autoridade Nacional Palestina (ANP) corrupta e desacreditada. Mas, ainda assim, ela é a única força palestina capaz de dar algum tipo de esperança de dias melhores.