Na zona leste de Porto Alegre, um terreno conhecido por abrigar a prisão considerada a pior do país está cada dia mais perto de deixar essa mancha para trás. Os antigos pavilhões que formavam o Presídio Central, no bairro Partenon, dão lugar a uma cadeia com estrutura mais moderna, feita por blocos de concreto e fibra.
Antes, o Central se dividia em 10 pavilhões, de A a J. O espaço chegou a abrigar 5,3 mil presos em 2010, no pior momento de superlotação — a capacidade máxima era de 2.069. Foi um dos fatores que levou o presídio a ser considerado o pior do país e da América Latina. Por causa da quantidade de presos, as grades das celas foram arrancadas e os detentos passaram a ocupar também os corredores.
Atualmente, apenas os pavilhões A e B seguem de pé, e o segundo abriga ainda cerca de 800 encarcerados. As duas torres ainda devem ser demolidas, depois que os presos forem transferidos. Restará apenas o E, que abrigará o setor administrativo.
A cadeia que está em construção e vai substituir o Central surge em um visual mais horizontal, com módulos lado a lado, em um mesmo nível.
Acima deles, fica uma estrutura estreita, como um "corredor", onde os agentes farão abertura e fechamento das grades e a comunicação com os presos — um modelo considerado mais seguro aos servidores, já que não exige contato direto com os detentos.
A construção do local tem investimento estimado em R$ 116 milhões e deve ser concluída em janeiro de 2024.