A Justiça de Nova Petrópolis, na Serra, condenou um idoso de 71 anos a 45 anos de prisão por abusar sexualmente de seis netas, com idades entre quatro e 14 anos à época dos crimes. Conforme a Polícia Civil, uma das vítimas, já adulta, revelou que os abusos começaram em 2004, quando ela ainda era menor de idade.
Conforme o juiz Franklin de Oliveira Netto, o homem se aproveitou da condição de autoridade perante as vítimas para cometer os crimes, que se estenderam durante anos. Com isso, a pena inicial de 10 anos foi aumentada para 15 e definida como mais grave, sendo multiplicada por três.
— Aproveitou-se da relação de parentesco e da autoridade exercida sobre elas na condição de avô para praticar, reiteradamente, estupro de vulnerável — disse o juiz, em despacho judicial
A investigação
Uma das vítimas relatava os acontecimentos em um diário, detalhando os abusos e seus sentimentos. As investigações da Polícia Civil se iniciaram após o diário da jovem ser encontrado por uma professora, que levou o pequeno caderno à direção e ao Conselho Tutelar.
De acordo com o delegado Fábio Peres, titular da Delegacia de Polícia de Nova Petrópolis, havia indícios de que o suspeito desenvolveu um estilo de vida voltado para os abusos. O primeiro passo foi pedir a prisão preventiva do suspeito, em agosto do ano passado.
— Ele teve 11 filhos, sendo que um deles teve nove filhas. Todos moravam próximos, era um local cercado de crianças e adolescentes. Há indícios de que a prática ocorria muito antes da revelação dos fatos — explica o delegado.
A investigação revelou que o idoso subornava as vítimas com dinheiro, doces e chocolates, além de fazer ameaças, para que as netas não revelassem nada aos familiares e amigos. O crime era praticado no quarto dele ou na garagem do terreno, onde diversos parentes moravam.
Uma das vítimas, atualmente com 18 anos, revela que os abusos começaram em 2005 e seguiram até 2014. Os crimes teriam sido encerrados apenas em 2022, após a prisão do suspeito.
— Ele foi diminuindo a idade das vítimas, conforme praticava os crimes. Quanto menor a idade, menor o entendimento das crianças sobre o que estava acontecendo. Depois de uma certa idade, elas se afastavam dele — revela Fábio Pares.
Uma rede de apoio formada por Polícia Civil, Ministério Público, Assistência Social e Centro de Atenção Psicossocial da cidade prestou auxiliou às vítimas durante as investigações.
— Tivemos todo o cuidado para tratar do caso, contando com uma grande rede apoio às vítimas — finaliza.
*Produção: Lucas de Oliveira