
No dia em que o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes completa um ano, manifestantes se reuniram no centro de Porto Alegre para lembrar a data e cobrar respostas. O ato teve início na Esquina Democrática, por volta das 18h desta quinta-feira (14). Eles seguiram concentrados no local cerca de uma hora. Em seguida, começaram uma passeata pelo centro da Capital.
Durante a caminhada, os participantes gritavam palavras de ordem em homenagem à vereadora e contra o governo de Jair Bolsonaro.
"Ô Marielle, quero Justiça. Eu não aceito presidente na milícia" e "Marielle perguntou. Eu também vou perguntar: quantos mais têm de morrer para essa guerra acabar" eram algumas das principais frases presentes entre os manifestantes.
A marcha seguiu pela Avenida Borges de Medeiros, ruas José do Patrocínio, da República e Lima e Silva e Avenida Loureiro da Silva antes de chegar ao Largo Zumbi dos Palmares, onde foi organizada outra concentração.
— Eventos como esses são importantes para a gente mostrar força, coesão de um movimento que pede Justiça contra um crime político. Um assassinato brutal de uma representante de mulheres, de negros e negras, de periféricos, que são os principais sujeitos que estão sendo atacados junto dessa derrocada da democracia — disse a vereadora de Porto Alegre Karen Santos (PSOL).
A reforma da Previdência, que começou a tramitar no Congresso nesta semana, está entre uma das iniciativas do governo federal criticadas durante o ato. Uma das participantes da manifestação, Antonella, que pediu para não ter o sobrenome divulgado, disse que mudanças registrada na história do Brasil foram precedidas por mobilizações da sociedade:

— A gente tem exemplos históricos muito fortes, principalmente na história brasileira, de que todas as mudanças, todas as concretitudes do próprio sistema , do ordenamento jurídico brasileiro, surgiram a partir de movimentos sociais. Então, eventos como o de hoje têm de ser cada vez mais reconhecidos e incentivados, porque são esses tipos de ato, essas pessoas, esses movimentos que fazem com que a mudança ocorra de fato.
No ato, os manifestantes pediam justiça no caso que ainda não apontou os mandantes e nem os motivos do crime. Nesta semana, dois suspeitos foram presos pela polícia do Rio de Janeiro. Um deles seria o atirador e o outro o motorista do veículo usado na emboscada. Placas que levam o nome de Marielle, nos moldes das que identificam ruas e avenidas, eram carregadas por diversos manifestantes.
O ato foi encerrado por volta das 21h no Largo Zumbi dos Palmares. Até por volta das 22h desta quinta, incidentes ou transtornos não foram registrados no evento, segundo o comando do 9º Batalhão da Brigada Militar (BPM).
