
O procurador-geral de Justiça do Estado, Fabiano Dallazen, afirmou nesta sexta-feira (29), em entrevista ao programa Gaúcha Repórter, da Rádio Gaúcha, que o Ministério Público deve recorrer dos pedidos de transferências de presos que foram negadas pela Justiça Federal. Nesta sexta-feira, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) desencadeou a Operação Pulso Firme, que levou 27 detentos de presídios gaúchos para penitenciárias federais em Rondônia, Rio Grande do Norte e Mato Grosso do Sul. Inicialmente, o governo do Estado havia pedido a transferência de 46 presos, mas 19 pedidos foram indeferidos.
– Recorreremos dos casos de pelo menos uma dúzia. Para a população, mostramos que o Estado é capaz de enfrentar essa situação – disse Dallazen.
Na entrevista, o procurador-geral fez um balanço das primeiras horas da operação, que, segundo ele, demandou um longo tempo de planejamento e de identificação das lideranças das quadrilhas que atuam no Estado.
– Tivemos a preocupação de identificar, saber o papel de liderança de cada um, para assim pedir o isolamento dessas pessoas. Foi um trabalho que envolveu cerca de 40 promotores, Polícia, Justiça Federal e Aeronáutica. Foi um trabalho planejado, que demandou tempo – relatou.
Leia mais:
Quem são os presos transferidos na megaoperação realizada no RS
FOTOS: polícia transfere líderes de facções do RS para prisões federais
Schirmer: número elevado de homicídios com crueldade não era aceitável
Segundo ele, a operação estava prevista inicialmente para a última terça-feira (25), mas foi adiada devido a problemas em aeronaves.
– Mantivemos toda uma organização para esta operação, sempre ligados em não ocorrer vazamento de informações, para que não ocorressem retaliações, o que era um receio de todos nós.
Dallazen afirmou ainda as facções permanecerão em monitoramento nos próximos dias, para evitar retaliações, bem como uma reorganização de lideranças.
– Acho importante ressaltar que não foram simples prisões, mas que foi um ato organizado, reunindo várias frentes no Estado. Considero que foi mais um golpe nas facções, pois mostramos que também podemos nos unir contra a criminalidade.