Uma operação policial da Delegacia de Homicídios de Novo Hamburgo desmascarou, na manhã desta sexta, uma comunidade terapêutica para tratamento de dependentes que servia como fachada para uma quadrilha. O pastor evangélico Luiz Henrique Maia, o Índio, foi preso. Ele tinha prisão preventiva decretada como suspeito de ter ordenado um assassinato em abril, no Bairro Kephas, e é investigado por outros três homicídios na região.
Na ação, um dos comparsas, identificado como Deans Franco Rangel dos Santos, também foi preso. A polícia ainda procura pelo gerente da comunidade terapêutica Nova Vida, que também tem prisão decretada.
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- Ele criou a própria igreja e se utilizava dessa clínica de fachada para usar os dependentes como seus soldados e grilar terrenos nas redondezas, impondo o medo à comunidade - explica o delegado Enizaldo Plentz.
Em 29 de abril, Elizer Diniz, 32 anos, que morava em um terreno vizinho à clínica, foi assassinado com tiros de pistolas .380 e 9mm, e de fuzil 7.62. Conforme a investigação, pelo menos dez pessoas teriam invadido a sua casa e o executado. A ordem, segundo a polícia, teria partido do pastor.
- Havia ameaças à vítima para que entregasse o terreno ao pastor. Ele resistiu e acabou executado. Essa é a prática. Pelo menos três famílias já abandonaram a região com medo - diz o responsável pela investigação.
De acordo com o Conselho Municipal de Entorpecentes (Comen) de Novo Hamburgo, desde 2013 o local funciona fora da lei. Foi quando uma vistoria ordenou que a comunidade fosse fechada.
No momento da prisão, Índio ainda resistiu e chegou a apontar um revólver contra os agentes. Outras três espingardas também foram apreendidas no local, além de duas caminhonetes L200 e Sportage, que pertenciam ao pastor.
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Pastor falcatrua
Clínica mantida por pastor era fachada para quadrilha em Novo Hamburgo
Pastor Luiz Henrique Maia, o Índio, foi preso na manhã desta sexta em ação da Delegacia de Homicídios de Novo Hamburgo, suspeito de ordenar pelo menos quatro assassinatos no Bairro Kephas. Ele mantinha comunidade terapêutica ilegal naquela região