A administradora de empresas Luciane Carvalho, 37 anos, deu à luz a quatro bebês no dia 29 de agosto, em Porto Alegre. Uma das fotos do parto quadruplo chamou a atenção, já que a menina nasceu empelicada. A expressão é usada quando a criança permanece dentro da bolsa amniótica durante e após o parto, o que dá a aparência de estar dentro de uma cápsula. O caso ocorreu com Antonella, segundo bebê a nascer.
Conforme a médica obstetra do Hospital Mãe de Deus Maria Lúcia Oppermann, normalmente esse invólucro se rompe no momento da saída do bebê ou antes - no último caso, podem haver complicações. Ela ressalta, no entanto, que essa condição não apresenta nenhum tipo de risco para a criança ou para a mãe.
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- O nascimento dentro da bolsa amniótica é muito eventual. Quando acontece, costuma ser em partos de gêmeos, normalmente depois que o primeiro bebê já nasceu. Não há estudos que comprovem um impacto importante na saúde, mas esse acontecimento pode diminuir a chance de infecção, já que mantém a criança protegida do contato com o sangue da mãe - afirma a médica.
Mesmo sem ocasionar problemas, a médica ressalta que é importante não deixar a criança muito tempo dentro da bolsa para evitar que ela fique sem ar ou aspire líquido.
Luciane sonhava com a maternidade e optou por uma produção independente. A inseminação artificial resultou na gravidez de quadrigêmeos. Ginecologista e obstetra, Karla Simon Brouwers, que conduziu o parto feito por cesariana, afirma que, do ponto de vista médico, essa particularidade não causa nenhuma implicação.
Esse tipo de situação acontece quando, durante o trabalho de parto, não ocorrem lesões na bolsa amniótica e ela permanece intacta. Em pacientes com aids, o caso é considerado positivo, já que o bebê fica preservado dentro da cápsula. No entanto, cientificamente não há benefícios nem malefícios comprovados.
A administradora, que teve sua história retratada em Zero Hora em 1º de agosto, vem exercitando os primeiros cuidados na unidade de terapia intensiva (UTI) neonatal do Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre, onde os bebês, prematuros de 33 semanas, estão internados. A alta está prevista para quando atingirem dois quilos de peso - é provável que o primeiro deles possa ir para casa em cerca de duas semanas.
Luciane ainda está em recuperação, com sessões de fisioterapia para restabelecer os movimentos, depois de ter passado mais de dois meses em repouso absoluto, e deve ser liberada nesta quinta-feira.