Quais atividades vêm a sua mente quando o assunto é exercício na água? Possivelmente, você pensou em natação e hidroginástica, práticas amplamente difundidas e reconhecidas por seus inúmeros benefícios. Mas já imaginou fazer uma aula de funcional dentro d'água? Novas modalidades estão mergulhando na piscina e ganhando cada vez mais adeptos.
As vantagens das aulas submersas vão desde a falsa sensação de não suar até o baixo impacto que provocam. É por isso que elas são uma boa pedida para pessoas com problemas articulares, de coluna, sobrepeso ou obesidade. Dentro da água há uma força chamada empuxo, exercida de baixo para cima e que dá a sensação de leveza.
– Dentro da piscina, com água na altura do peito, passamos a pesar apenas 30% do total. Ou seja, a carga nas articulações diminui em 70%. Por isso, apesar da resistência da água ser 12 vezes maior que a do ar, a percepção do esforço é menor – explica a mestre em Ciências do Movimento Humano Ilana Finkelstein.
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No verão, trabalhar na piscina se torna ainda mais agradável porque a temperatura da água é menor que a do corpo humano, girando em torno de 30°C. Esse fator também impulsiona o gasto calórico, pois o organismo precisa regular constantemente sua temperatura.
Ilana destaca ainda que todas as modalidades aquáticas ativam a circulação, reduzindo inchaços e edemas.
– Também são atividades bem adequadas para gestantes, pois a circulação na região do ventre é ativada – completa.
Em Porto Alegre, diversas escolas de natação e academias oferecem modalidades que vão além da natação e hidroginástica. Zero Hora visitou alguns desses locais e conta um pouco mais sobre elas.
Hidrobike
Se pedalar ao ar livre já é bom para o corpo, dentro da piscina os benefícios são ainda maiores. Com a resistência da água, o exercício eleva os batimentos cardíacos, melhorando o sistema cardiorrespiratório. Essa força também beneficia os membros inferiores, os mais requisitados durante os 45 minutos de aula. Mas não são só eles que ganham.
– A atividade trabalha todo o corpo, em especial coxas, pernas e glúteos. Completamos com exercícios para a parte superior e abdômen – diz o diretor da academia Natasul/Grupo Uno, Daniel Geremia.
Em uma sessão, o gasto calórico estimado varia entre 500 e 600 calorias.
Hidrojump
Lembra da aula usando pequenas camas elásticas que já foi febre nas academias? Ela ganhou uma versão aquática batizada de hidrojump, que enfatiza o trabalho de membros inferiores, mas sem deixar de lado abdômen e parte superior.
– Fora da água, só a gravidade faz força contra o corpo. Na piscina, a água impõe resistência em todos os sentidos do movimento. Se a pessoa fizer força para frente, tem resistência. Se fizer para trás, também – exemplifica o professor da Raiacenter Léo Mota, que divide a aula de 45 minutos em blocos de alongamento, aquecimento e treinamento de intensidade intervalado.
Segundo ele, o aumento nos batimentos provocado pelo exercício, além de melhorar o sistema cardiorrespiratório, auxilia na queima de calorias.
– Estimamos um gasto entre 400 e 500 calorias por aula, mas a pessoa fica gastando depois por mais tempo.
Circuito
Bike, jump, espaguetes, pranchas e palmares são alguns dos acessórios utilizados nesta aula. Divididos em estações, os alunos permanecem 1min20s em cada atividade, variando a intensidade do exercício. A ideia é que todos passem por todas as estações montadas nos 45 minutos da prática.
O circuito beneficia o sistema cardiorrespiratório, trabalha todo o corpo e promove um gasto calórico de até 1000 calorias. A frequência cardíaca aumenta tanto que o corpo segue gastando calorias mesmo depois que a aula acaba.
– O grande benefício é o grande gasto calórico com pouco perigo às articulações – garante o professor da M2 Academia Juliano Lopes da Costa.
Conforme o especialista, a atividade não tem contraindicações, pois os exercícios podem ser adaptados às necessidades do aluno.
Jogging aquático
Caminhar e correr sem encostar os pés no chão. Essa é a ideia da modalidade oferecida pela Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança (EESEFID) da Ufrgs. Usando um colete flutuador, os alunos exercitam o corpo sem oferecer nenhum impacto às articulações.
Luiz Kruel, coordenador do grupo de pesquisa de atividades aquáticas e terrestres da EESEFID, afirma que a prática contribui tanto para o sistema cardiorrespiratório quanto a para força, o que acaba melhorando o equilíbrio.
Treinamento funcional aquático
Agachamentos, afundos, cordas navais, esteira aquática, pesos de musculação e muitos outros equipamentos fazem parte dessa aula que levou para água toda a teoria da prática no solo. Em cada estação, o aluno permanece de 30 segundos a um minuto, variando a intensidade. De acordo com o professor da Raiacenter Fernando Luís Ferreira, uma aula pode eliminar até 600 calorias.
Como a cada dia mudam os exercícios, todo corpo é beneficiado, especialmente o core, que sempre é requisitado durante os 45 minutos de aula.