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Complexo hospitalar gigantesco, chamado de "cidade da saúde", a Santa Casa de Porto Alegre bateu uma marca sustentável que merece destaque: passou a reciclar 100% dos resíduos têxteis que produz.
É um bom exemplo de redução de impacto ambiental na prática — e não só "para inglês ver".
A instituição implantou uma nova iniciativa para garantir o reaproveitamento de materiais que, de outra forma, simplesmente iriam para o lixo. Desde janeiro, peças de cama e de vestuário descartadas (que somam 600 quilos por mês) agora são transformadas em novos itens para uso na limpeza e segurança do próprio complexo hospitalar.
Ao transformar as sobras em produtos reutilizáveis, a instituição evita desperdícios e otimiza recursos.
Você já ouviu falar em ESG (sigla para Environmental, Social and Governance), tão na moda hoje em dia? Pois isso é fazer ESG de verdade.
— É um trabalho alinhado com inovação e responsabilidade ambiental — resume Jader Pires, diretor administrativo da Santa Casa de Porto Alegre.
Como funciona
Todas as roupas, lençóis, fronhas, camisolas, cobertores e demais peças que não podem mais ser reutilizadas com segurança são enviadas para uma empresa parceira. Na sequência, os tecidos são reciclados para uso na fabricação de hampers — sacolas utilizadas em ambientes hospitalares para o transporte de roupas sujas, contaminadas ou infectadas.
Por dia, 12 toneladas de roupas e outros tecidos precisam ser limpos e higienizados no complexo hospitalar. Os primeiros hampers produzidos para ajudar nesse trabalho chegaram à Santa Casa em fevereiro.
— As sacolas recicladas duram duas vezes mais do que as convencionais e são 11% mais baratas — explica Bruna Trolli, coordenadora de Gestão Ambiental do complexo.
Projeto Hampers
O projeto Hampers nasceu no curso de Gestão da Inovação promovido para funcionários da Santa Casa e uniu as áreas de compras, lavanderia e operações. A ideia conquistou o primeiro lugar no curso e foi estruturada em conjunto com a equipe de gestão ambiental. Baita iniciativa.