O câncer de pênis, mesmo sendo considerado raro, ainda traz preocupações para a saúde pública no Brasil. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), o país ultrapassou 4,5 mil mortes pela doença entre 2014 e 2024.
No período, foram registrados cerca de 2,2 mil casos e 500 óbitos por ano. A enfermidade está entre os 2% dos tumores que mais mata homens no Brasil.
Sendo um tipo raro de câncer, ele ocorre com maior incidência em homens mais de 50 anos, embora também atinja os mais jovens. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar a evolução da enfermidade e posterior amputação total do pênis.
Mutirão
Para auxiliar no combate à doença, a SBU vai promover, a partir de 14 de fevereiro, a 5ª edição da Campanha de Prevenção ao Câncer de Pênis. A iniciativa inclui um mutirão nacional de postectomias — cirurgia que retira o excesso de pele que recobre a cabeça do pênis — em diversos estados.
O câncer de pênis está frequentemente associado à fimose. A condição faz com que a pele do prepúcio impeça a exposição da glande, dificultando a higiene.
A ideia do mutirão nacional de postectomias é justamente reduzir esse risco, além de possibilitar o diagnóstico precoce de lesões suspeitas. A primeira edição do mutirão, em 2022, realizou 187 cirurgias, especialmente no Norte e Nordeste, locais onde há maior incidência.
Como o evitar o câncer de pênis?
A doença pode se manifestar inicialmente por mudanças na cor e textura da pele do órgão. Não tratada, ela evolui para feridas que não cicatrizam, secreção com odor forte e sangramento.
Os principais fatores de risco incluem higiene inadequada, fimose, infecção pelo HPV e tabagismo. Segundo a SBU, medidas simples, como limpeza correta da região íntima, cirurgia para correção da fimose e vacinação contra o HPV, já podem prevenir grande parte dos casos.
Casos e amputações elevados no Brasil
Quando diagnosticado tardiamente, o câncer de pênis pode levar à amputação total ou parcial do órgão. Entre 2015 e 2024, foram registradas mais de 5,8 mil cirurgias desse tipo no Brasil, uma média de 585 amputações por ano.
O tratamento pode envolver cirurgia, quimioterapia e radioterapia, variando conforme o estágio da doença. Nos casos avançados, além da penectomia, pode ser necessária a remoção dos gânglios da virilha para evitar metástases.