Após anúncio da Associação Franciscana de Assistência à Saúde, que administra o Hospital Casa de Saúde, que a instituição não mais atenderá casos de urgência e emergência em traumatologia e ortopedia a partir de quinta-feira (4), a Secretaria Estadual de Saúde (SES) se manifestou de forma conjunta com a prefeitura de Santa Maria, ressaltando que a população ficará desassistida.
No comunicado, a SES argumenta que houve aumento no repasse para a Casa de Saúde com o novo contrato, passando de R$ 40 mil para R$ 70 mil mensais. Além disso, ressalta-se que a população não ficará desassistida, já que casos de urgência e emergência de traumatologia continuarão sendo encaminhados à Unidade de Pronto-Atendimento (UPA). Em casos de alta complexidade, haverá transferência ao Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) e média e baixa complexidade, podem ser enviados à própria Casa de Saúde, que manterá o atendimento ambulatorial da especialidade e com a realização de cirurgias.
Porém, o que a Casa de Saúde reclama, é que o atendimento de urgência e emergência não será mais realizado. São cerca de 1,1 mil atendimentos mensais, o que vai fazer com que outros locais como a UPA e o HUSM possam ter o serviço sobrecarregado. Inclusive, a direção do HUSM, divulgou uma nota na quinta-feira e a encaminhou à SES, oficializando que não tem condição de suprir a demanda que acabará sendo direcionada ao hospital.
Após a interrupção do atendimento na Casa de Saúde na quinta-feira, quatro pacientes com fraturas foram encaminhados ao HUSM, dois ao PA Municipal e cinco à UPA. O HUSM hoje está com 36 pessoas internadas com fraturas, das mais de 50 que estão no pronto-socorro, que tem capacidade para 23 leitos.
Uma nova nota foi divulgada pela Casa de Saúde nesta sexta-feira (5). Nela, é reconhecido que houve aumento no repasse, mas também que a interrupção do atendimento em emergência foi negado pelo novo contrato com o Estado. Um trecho de um ofício enviado à SES também foi divulgado, comprovando que o atendimento foi negado pela pasta.
No documento, a SES alega que a Casa de Saúde não é "porta de entrada hospitalar", ou seja, não pode receber pacientes diretamente a não ser que sejam encaminhados de outros locais como a UPA, por exemplo. No entanto, a instituição prestava esse serviço na área de traumatologia há 14 anos.
"A Casa de Saúde de Santa Maria não possui porta de entrada hospitalar de urgência e emergência. Ou seja, o serviço de traumato/ortopedia deverá se manter no ambulatório de especialidade, mas não como plantão presencial", diz o trecho.
Uma reunião entre os diretores da Casa de Saúde, a 4ª Coordenadoria Regional de Saúde e a SES deve ser realizada na próxima semana para tentar encontrar uma solução.