Com três semanas de atraso, os funcionários do Hospital de Tramandaí, no Litoral Norte, receberam, nesta quinta-feira (28), os salários do mês de novembro, que deveriam ter sido quitados no quinto dia útil. O pagamento foi possível devido à entrada de um repasse da Secretaria Estadual de Saúde no valor de R$ 2,8 milhões.
A administração, no entanto, ainda não sabe como vai ser feito o pagamento dos salários de dezembro, nem o do 13º, que já está atrasado. Apenas os funcionários com níveis Fundamental e Médio receberam a primeira parcela da gratificação natalina, e os demais não receberam nenhuma quantia. Os novos pagamentos dependem de novos repasses do governo.
O Hospital de Tramandaí, administrado pela Fundação Hospitalar Getúlio Vargas, é mantido somente com recursos do Estado e, por isso, a crise nas finanças públicas afeta diretamente a instituição. Conforme o hospital, há repasses atrasados há três meses que somam R$ 8,7 milhões. A preocupação é que isto tenha impacto neste período de verão:
— Estamos preocupados porque a população do Litoral aumenta em mais de quatro vezes neste período, e o hospital atende toda a região. A nossa sensação é de insegurança. O que nos conforta é que os funcionários da saúde têm um comprometimento muito grande com a causa, porque sabem que lidam com vidas. Somos solidários a eles com o atraso de salários, mas contamos também com a colaboração — relata o diretor-geral interino da Fundação Hospitalar Getúlio Vargas, Leandro Barcellos.
O hospital tenta opções, como deixar de pagar fornecedores, mas as alternativas não oferecem grande fôlego às contas, já que 80% dos gastos da instituição são com pagamento de funcionários.
No dia 2 de janeiro, funcionários ligados ao Sindisaúde farão uma paralisação por 12 horas, que já foi informada à administração. O atendimento será mantido com número menor de funcionários atendendo os casos que não são de urgência.
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que começou na quinta-feira a repassar R$ 100 milhões para a área da saúde, valores que serviriam para amenizar o déficit com as prefeituras e hospitais. A dívida chega a R$ 500 milhões. O restante da dívida será quitado no decorrer de 2018, conforme o governo.