Rodoviários de empresas que atendem a Região Metropolitana fizeram paralisação na manhã desta segunda-feira (16). Eles reivindicam reajuste salarial, que deveria ter ocorrido em junho de 2024, data-base da categoria.
Com a paralisação, moradores de cidades como Viamão, Alvorada, Cachoeirinha, Eldorada do Sul, Canoas, Gravataí, Guaíba e Camaquã, que faz parte do sindicato, apesar de não ser na Região Metropolitana, enfrentaram dificuldades para se deslocar.
A reunião entre as empresas de transporte metropolitano e os rodoviários, que iria acontecer na quinta-feira (19), foi antecipada para as 17h desta segunda. O Sindicato dos Rodoviários de Guaíba e Região não descarta novas paralisações caso não cheguem a um acordo. O Setergs, que representa as empresas, afirma não ter sido avisada da paralisação.
Segundo a Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan), mais de 100 mil pessoas da Região Metropolitana foram afetadas com a paralisação.
Situação nas cidades
Em Alvorada, rodoviários da Soul estavam na frente da garagem no início da manhã. Representante do sindicato falaram em 95% de adesão. A reportagem encontrou mais de 20 veículos circulando pela cidade por volta das 7h. Algumas linhas estão com mais problema.
Passageiros afirmavam estar esperando desde antes de 5h para chegar no centro de Porto Alegre. Paradas na Avenida Getúlio Vargas estavam bem movimentadas.
Em Cachoeirinha, não havia saída de ônibus da garagem da Transcal até umas 8h.
Em Viamão, os primeiros ônibus começaram a sair por volta das 8h. Passageiros que aguadavam em paradas contaram que esperavam havia mais de uma hora para se deslocar.
Em Gravataí, os primeiros ônibus da empresa Sogil começaram a sair por volta das 7h.
Ônibus do Expresso Rio Guaíba também não saíram da garagem no começo da manhã. Com isso, o catamarã, alternativa encontrada pelos moradores para chegar a Porto Alegre, registrou longas filas.
Às 6h35min, já não havia mais bilhetes para fazer a travessia no catamarã que sai às 7h20min. A empresa colocou duas embarcações extras para dar conta da alta demanda.
Entidades se manifestam
Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, na Rádio Gaúcha, na manhã desta segunda-feira, o assessor jurídico do Sindicato dos Rodoviários de Guaíba e Região, João Batista Wolff Gonçalves Oliveira, disse que a paralisação foi feita para reivindicar reajuste salarial, que de acordo com o sindicato, deveria ter sido feito em 1º de junho deste ano.
— O trabalhador não está aqui atrás de de subsídio, o trabalhador está aqui atrás de do seu reajuste salário, simplesmente assim — afirmou.
Ele também salientou que a paralisação que ocorreu durante a manhã e pegou os usuários de surpresa não se caracteriza como uma greve, por isso não foi avisada com antecedência.
— Isso que aconteceu hoje (segunda-feira) não se trata de uma greve, foi apenas um um manifesto dos trabalhadores. É um anseio do trabalhador — disse Wolff.
O superintendente da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan), empresa responsável por regular o transporte intermetropolitano, Francisco Hörbe, disse durante o programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, que foi surpreendido pela manifestação, mas garantiu que reajuste e retroativos serão pagos até o final do ano.
— Quero garantir, e tranquilizar, que o governo do Estado está fazendo a sua parte e assim que a solicitação do recurso orçamentário da Fazenda for repassado à Metroplan, os pagamentos e os processos vão ser continuados até o final do ano — afirma Hörbe.
O que diz o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Guaíba
DIRETOR SINDICAL DO STTRG INFORMA
Motivo da paralisação dos rodoviários:
Falta de reajuste salarial, desde junho de 2024, data base da categoria. Jogo de empurra e empurra entre seguimento patronal e governo do estado faz com que trabalhadores fiquem sem ser atendidos nas questões salariais.