A verba de gabinete que cada vereador de Porto Alegre tem direito mensalmente subiu 35% em quatro meses, conforme revelou a colunista Rosane de Oliveira em GZH. Primeiro, em função de um descontingenciamento de recursos na casa em outubro de 2021, subiu de R$ 17.578,27 para R$ 21.490,76. Segundo, a partir de 1º de janeiro, subiu mais um pouco, para R$ 23,7 mil, desta vez em razão da atualização automática da Unidade Financeira Municipal (UFM), que é o indicador usado para o reajuste dessa cota. Com a alteração no valor, os 36 vereadores da Capital poderão gastar esse valor mensal em combustível, telefonia, impressões, envio de correspondências, diárias e outras despesas relacionadas ao mandato.
Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, na Rádio Gaúcha, o presidente da Câmara, Idenir Cecchim (MDB), disse que esse aumento precisa ser revisto. Adiantou que uma reunião da Mesa Diretora marcada para quarta-feira (12) vai discutir esse reajuste. Ainda não sabe se será presencial, híbrida ou virtual em razão de casos de covid-19 que estão aumentando na cidade, inclusive de pessoas que trabalham na própria Câmara Municipal.
— Vamos fazer sim a reunião para ver o que aconteceu. Eu mesmo não sabia desse aumento. E muitos não sabiam também desse descontingenciamento. Nós temos que rever isso — destaca.
Cecchim diz que não lembra de ter assinado o aumento que descontingenciou a verba para essa rubrica em outubro de 2020.
— Provavelmente a gente tenha comido mosca — complementou.
Cecchim diz que vai convocar a Mesa Diretora para que na sua gestão não haja "esse tipo de gasto", numa referência ao aumento na verba de gabinete. O presidente diz que pediu um levantamento para saber o que cada vereador gasta para discutir uma redução do valor dessa cota, já que, segundo ele, muitos usam menos de 20% do valor disponível.
— Eu concordo que a verba não pode ser maior que a dos deputados estaduais — disse Cecchim.
A cota parlamentar na Assembleia Legislativa é de é de R$ 14,8 mil. Uma resolução chegou a liberar o reajuste 117,03% nessa verba no fim do ano passado, que saltaria o valor para R$ 32,2 mil, podendo ter alguma variação maior para integrantes da Mesa Diretora, líderes e vice-líderes de bancada. Mas após pressão nas redes sociais, da imprensa e de alguns deputados, foi revogada no dia 5 de janeiro.
Outra promessa de Cecchim é que o Portal da Transparência da Câmara Municipal seja atualizado para que as pessoas possam acompanhar os gastos de cada vereador.
— Não pode ter nada escondidinho. Nós temos que dar exemplo — concluiu o emedebista.