Um parecer emitido pelo Ministério Público recomenda a retirada de uma árvore da espécie guapuruvu da Avenida 24 de Outubro, no bairro Independência, em Porto Alegre. O impasse se estende desde 2019 e o corte da árvore vem gerando questionamentos de vizinhos do prédio e ativistas da causa ambiental - que realizaram protestos e impediram a subtração da árvore na Capital no final do mês passado.
De acordo com o parecer do Gabinete de Assessoramento Técnico do Ministério Público, a remoção do restante da estrutura "implica em riscos de acidentes pela queda de galhos em local de grande circulação de pessoas e veículos”. Ainda segundo o gabinete, haverá plantio compensatório com Vegetal que diminuirá o Impacto paisagístico. Com isso, o promotor de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre, Alexandre Saltz, arquivou a denúncia criminal feita.
A Secretaria de Meio Ambiente de Porto Alegre informou que a retirada da árvore agora depende do condomínio, e não há uma data confirmada. A pasta informou que a autorização para a supressão do guapuruvu, assim como de qualquer outra árvore, apenas é concedida após análise técnica habilitada. O síndico do prédio, André Porto, ponderou que vai solicitar apoio da Smams para acompanhar a remoção da árvore, e explicar a pessoas que questionam a ação.
— Vamos encaminhar um pedido para que a Smams acompanhe, para que os técnicos estejam presentes. E vamos agendar isso. Tem necessidade de bloqueio de via. Naquele dia, final de outubro, a empresa contratada chamou a Brigada Militar por conta dos protestos, e a Brigada achou melhor suspender momentaneamente — disse.
O guarupuvu
A árvore tem 26 metros de altura e 1,30m de diâmetro. Em 2019, um galho caiu sobre um carro. Um laudo técnico realizado por uma bióloga contratada pelo condomínio onde está a planta apontou que a queda do galho em um dia sem vento ou chuva deixou uma lesão na árvore - provocando a entrada de microorganismos decompositores que enfraqueceram a estrutura da planta.
Em setembro deste ano, foram feitas podas de galhos, e a remoção completa seria finalizada em outubro. Entretanto, um grupo de moradores da região e ativistas fizeram dois protestos impedindo a remoção da árvore. Depois das manifestações, houve a suspensão do corte.
O professor de botânica e coordenador do Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais (Ingá) Paulo Brack conhece a árvore e destaca que o vegetal está em boas condições. Ele disse que recebeu a informação do parecer do Ministério Público e vai analisar o material, junto a outros ativistas