A atmosfera festiva da Corrida para Vencer o Diabetes inspirou uma multidão a levantar cedo neste domingo (6) para percorrer quatro quilômetros por vias de Porto Alegre. Para participar da 20ª edição do evento, promovido pelo Instituto da Criança com Diabetes (ICD), bastava comprar, ao custo de R$ 20, uma camiseta branca ou verde alusiva à campanha.
Vinte mil exemplares foram vendidos, a maioria deles para pessoas conscientes da necessidade de ajudar o instituto, mas que não puderam estar na corrida. Estas foram representadas pelos 6 mil que saíram às 10h do Parcão em direção à esquina da Avenida Ipiranga com a Rua Silva Só.
Além da solidariedade, sentimento comum entre os participantes, cada um tinha seu objetivo pessoal. Teve quem levou a corrida a sério e fez do evento um treino de tiro curto. Outros foram lá para testar seu condicionamento físico ou apenas para dar uma caminhada com o chimarrão a tiracolo. O cozinheiro Gilberto Ezedim, 40 anos, por exemplo, levava uma vida sedentária até cinco anos atrás, quando o corpo começou a emitir sinais de alerta.
— Há dois anos fui fazer uns exames e não consegui ficar cinco minutos correndo na esteira — contou.
A partir daí, começou a praticar esportes e, neste domingo, trouxe o filho Alexandre, de 9 anos, como companhia.
— Tenho que dar o exemplo para ele, né. Tanto sobre ser solidário quanto sobre praticar esportes — comentou.
A estudante Laura Xavier, de 19 anos, levou toda a família para correr. E isso incluiu Atena, uma Golden Retriever que ganhou até camiseta.
— A minha mãe colocou a roupa nela no ano passado e ficou muito legal. Hoje, a gente fez de novo — explicou Laura.
Diabética, a jovem descobriu que tinha a doença há dois anos.
— É bem legal esse evento para que as pessoas possam se unir contra o diabetes — complementou.
Este é o principal evento do instituto para arrecadação de fundos. Foi com o dinheiro das primeiras corridas que o ICD conseguiu erguer a sua sede, com infraestrutura moderna e completa contendo hospital-dia, ambulatório, oficina de nutrição, gabinetes odontológicos, centro oftalmológico, brinquedoteca, quadra esportiva e salas de aula. Depois, o dinheiro foi destinado à manutenção e desenvolvimento de projetos que beneficiam o paciente no tratamento da doença. Em funcionamento desde 19 de janeiro de 2004, o instituto atende cerca de 3,5 mil crianças, adolescentes e adultos-jovens com diabetes.
— Claro que o nosso primeiro objetivo é conseguir arrecadar dinheiro. Mas a gente quer também falar sobre o diabetes, alertar sobre a doença, pois é um problema que atinge o mundo todo _ disse o presidente do ICD, Balduino Tschiedel.
O ex-jogador e ex-técnico do Inter, Paulo Roberto Falcão, atua como presidente do Conselho de Administração. Ele esteve no evento.
— Dá um orgulho muito grande ver as pessoas participando dessa forma. É sempre bom falar sobre o diabetes, porque faz as pessoas conhecerem a doença e entenderem que o tratamento é possível — disse Falcão.