
Em entrevista à Rádio Gaúcha nesta sexta-feira (18), Eduardo Leite afirmou que a decisão de repassar ao governo estadual a gestão dos hospitais de Porto Alegre é "uma decisão de política pública". Conforme o governador, a gestão será sobre serviços de média e alta complexidade de 15 instituições de saúde da Capital.
— Não tem nenhum componente político-eleitoral, é uma decisão de política pública. Tem 497 municípios no Estado. Esses municípios têm que ter estruturas de unidades básicas de saúde para o atendimento corriqueiro, rotineiro da sua população. Mas em saúde pública você não tem capacidade de sustentar serviços de alta complexidade em cada um dos municípios — disse em entrevista ao Gaúcha Mais.
Leite argumenta que Porto Alegre detém 30% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Sistema Único de Saúde (SUS) no Rio Grande do Sul e 26% das referências de alta complexidade. Ou seja, o atendimento médico na Capital não é exclusividade dos porto-alegrenses, mas referência para todo o Estado, segundo Leite.
O movimento do governo do Estado visa garantir que a prefeitura de Porto Alegre centralize seus investimento nas unidades básicas de saúde e de pronto atendimento, a fim de manter estes serviços de saúde primária em boas condições de funcionamento.
— Muito mais que a estrutura hospitalar que ela (Porto Alegre) tem, não é somente para os porto-alegrenses, insisto. Ela é para todo o Estado. (...) Se a Capital está com dificuldade, o Estado vai assumir, organizar (os hospitais) e a Capital vai poder se debruçar com toda a atenção sobre aquilo que é da sua responsabilidade na atenção primária — afirmou o governador.
Próximos passos
Leite explica que a operação não é simples, que não basta a prefeitura "entregar as chaves" dos hospitais ao governo estadual. É necessário tempo e avaliações ainda estão sendo feitas.
Uma situação que ainda precisa ser definida é a dos funcionários municipais que atuam nos hospitais de Porto Alegre. Leite destacou que a Capital criou uma "expertise" na gestão de suas instituições e afastou o risco para profissionais da rede municipal.
— Naturalmente, os servidores, em princípio, são admitidos por concurso público para o município, não do Estado. Mas podemos chegar a encaminhamentos em que determinados profissionais sejam cedidos ao Estado. Tudo isso agora é o trabalho dentro de um plano de ação que vai ter que observar todas as características desses contratos.