
No dia dedicado à música na Feira do Livro, o cineasta Carlos Gerbase e o jornalista e escritor Daniel Rodrigues discutiram a influência da música na moda através do punk, do hippie e de outros movimentos. O bate-papo aconteceu nesta quinta-feira (8/11) na Sala Leste do Santander Cultural, em Porto Alegre.
A revolução na moda começou nos anos 1960, quando as butiques começaram a trabalhar a moda não somente para os mais favorecidos, mas sim para as massas. O prêt-à-porter foi criado nessa época. Um dos ícones foi Yves Saint Laurent, que tinha a preocupação em fazer uma moda para ser distribuída ao público.
Os movimentos de jovens são fontes em que a moda bebe. Um dos mais emblemáticos foi o punk, que surgiu na metade dos anos 1970 em um momento social, político e econômico emblemático e sintetizou tudo que foi produzido de visual até então. O exagero, o excesso de preto e de rasgos, os coturnos e os cabelos moicanos e embaraçados são marcas do movimento que estão presentes na moda até hoje. Já as camisetas, os tênis e os jeans rasgados foram absorvidos do movimento hippie. Também foram incorporados elementos do universo fetichista. O que importava era a criatividade para se expressar.
Um dos maiores ícones do movimento punk foram os Sex Pistols, com sua ideologia do "faça você mesmo". Por trás deles havia a estilista Vivienne Westwood, que cuidava do visual da banda de forma muito bem pensada.
- Sid Vicious era a encarnação do movimento punk, com sua indumentária, seu comportamento, sua atitude. Ele não tinha futuro. A ira e a raiva dos Pistols foram absorvidas pela moda como objetos de consumo - disse Gerbase - O punk na sua essência não pode ter regras. Anarquia significa que cada um é dono do seu estilo. Punk é coisa de gente que não está no rebanho.
Daniel Rodrigues lançou nesta quinta na Feira seu livro Anarquia na Passarela, que tem prefácio de Carlos Gerbase.