
O governador Eduardo Leite (PSDB) falou sobre a possibilidade de concorrer à eleição presidencial em 2026. O assunto encerrou a participação dele na primeira edição de 2025 do Fecomércio-RS Debate, que ocorreu nesta sexta-feira (14), em Porto Alegre.
Na resposta ao questionamento dos participantes, em nenhum momento ele negou a possibilidade de participar da corrida presidencial:
— Tenho disposição, mas sei que ninguém é candidato por si mesmo. Deve ser dentro de um grupo, de um conjunto de forças que se reúnem com o mesmo propósito que eu. É estabelecer as boas conversas que nos ajudem a criar um nível de coesão entre as pessoas que pensam de forma semelhante, para construir no Brasil uma alternativa ao radicalismo em 2026 — disse.
Leite também fez uma análise do momento político brasileiro e criticou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a "polarização política" da última década, que, na avaliação dele, inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro.
— O governo do PT compromete o Brasil no curto prazo, porque as perspectivas econômicas são muito ruins. Essa insistência em não fazer os ajustes, gastar mais do que se arrecada, em não buscar o equilíbrio fiscal, condena o país ao alto juro, que já está fazendo a economia frear — acrescentou.
Em uma fala de 40 minutos, Leite fez um balanço dos dois mandatos, citando enfrentamento de dívidas de longo prazo, concessão de empresas públicas e o pagamento de precatórios. Depois, entrou no tema do evento: “Rio Grande do Sul do Futuro: Transformação, Reconstrução e Desenvolvimento".
Nesse tópico, Leite detalhou como o governo estadual tem atuado para a reconstrução do Estado no Plano Rio Grande, iniciativa que reúne políticas de curto, médio e longo prazos voltadas à recuperação, adaptação e resiliência climática.
Preço dos alimentos
O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) foi outro assunto debatido no evento. No início do mês, o governo federal pediu para que os Estados zerem a tarifa, em um esforço para reduzir a disparada do preço dos alimentos.
Leite relatou estar conversando com o setor supermercadista para encontrar os “melhores caminhos”:
— O Estado já tem alíquota zero em ovos, leite, pão, frutas, verduras, legumes. Café, carne, arroz, feijão têm alíquotas reduzidas. Também temos uma política de redução de impostos para as famílias de baixa renda. Cito o exemplo dos ovos: eles são isentos e, nem por isso, o preço deixa de subir. Não é sobre o imposto, e sim as condições do setor que estão pressionando o preço. É uma ilusão jogar toda a carga da discussão sobre a questão tributária — afirmou.