
O governo do Estado oficializou, nesta sexta-feira (14), a mudança no comando da Polícia Penal – antiga Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe). Saiu Mateus Schwartz, que estava no cargo de superintendente desde janeiro de 2023 nomeado pelo governador Eduardo Leite, e assumiu o posto Luciano Lindemann, até então diretor da Cadeia Pública de Porto Alegre.
A troca, segundo o secretário de Sistemas Penal e Socioeducativo, Henrique Viana, responsável pela Polícia Penal, se deve a desgastes normais de gestão. Ainda segundo Viana, a mudança no comando da Polícia Penal não teria relação com dois episódios de mortes dentro de cadeias nos últimos meses.
— Primeiro, esses acontecimentos não tiveram influência na troca. A motivação é em razão de um certo desgaste que vai acontecendo normalmente nas administrações. A gente tem que reconhecer a capacidade de operação do superintendente Matheus, porque foram muitas conquistas, em que pese a algumas coisas ter havido — disse Viana.
A morte mais recente dentro de cadeias foi a de Deise Moura dos Anjos, suspeita de matar três pessoas da família do marido com uso de um bolo envenenado. Ela foi encontrada morta dentro da Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, em 13 de fevereiro, em uma situação em que há suspeita preliminar de suicídio.
O outro episódio ocorreu em 23 de novembro de 2024, quando um preso executou a tiros outro detento dentro da Penitenciária de Canoas (Pecan). A vítima foi Jackson Peixoto Rodrigues, 41 anos, conhecido como Nego Jackson, líder de uma facção criminosa.
A Polícia Penal não concluiu, ainda, as duas sindicâncias que foram abertas para apurar a dinâmica das duas mortes e as eventuais responsabilidades de servidores públicos nos dois casos. O assassinato de Nego Jackson completará quatro meses em 23 de março, enquanto a morte de Deise fechou um mês nesta quinta-feira (13).
— Ainda não está pronta (a sindicância). Queremos o mais rápido possível poder dar a explicação de cada um dos órgãos. Não temos um prazo para concluir o trabalho. Mas estamos estabelecendo que seja o mais rápido possível — disse Viana.
Segundo o secretário, o principal pedido ao novo superintendente da Polícia Penal é de ampliação da integração da gestão das cadeias com outros órgãos da segurança pública.