![Reprodução / Facebook Reprodução / Facebook](https://www.rbsdirect.com.br/filestore/4/7/3/8/3/1/5_a951c1fe6ad2592/5138374_8f84e708947c258.jpg?w=700)
O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, recuou nesta quarta-feira (12), sobre a possibilidade de o partido ser incorporado ou se fundir com outra siglas neste momento. Os tucanos vem negociando com partidos como PSD e MDB, mas Perillo, que antes previa uma definição até março, agora afirma que a legenda "aguardará um pouco" para evitar uma decisão precipitada.
As negociações com o PSD eram as mais avançadas. No entanto, conforme o Estadão, Gilberto Kassab, presidente da sigla, rejeitava a ideia de uma fusão e trabalhava pela incorporação dos tucanos, o que levaria ao fim do PSDB. O recuo nas tratativas pegou de surpresa aliados de Kassab. O MDB não quis comentar.
— Vamos continuar dialogando, mas a prioridade é preservar a história e o legado do partido que muito contribuiu para melhorar nosso país — declarou Perillo. O recuo do dirigente tucano foi confirmado pelo Estadão após ser publicado pelo jornal O Tempo.
Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, no dia 16 de janeiro, Perillo havia afirmado que "sozinho não dá para sobreviver".
— Se depender de mim, nós vamos partir para uma fusão ou incorporação. O PSDB sozinho não dá para sobreviver. Acho difícil se manter — analisou.
Como mostrou o Estadão, o deputado federal Aécio Neves (MG) foi o principal opositor à ideia de incorporação. Ele também tinha resistência a se juntar ao PSD porque o partido tem o ministro Alexandre Silveira (PSD) e o senador Rodrigo Pacheco (PSD) como lideranças em Minas Gerais, o que poderia dificultar uma eventual candidatura de Aécio ao Senado ou ao governo mineiro em 2026.
Já Perillo, que estuda se candidatar a governador de Goiás, não queria uma fusão com o MDB porque o atual vice-governador, Daniel Vilela (MDB), tem a mesma pretensão eleitoral e é considerado o candidato natural ao governo goiano.
Em nota divulgada à imprensa, Perillo acrescentou que o PSDB "não vai desaparecer" e sugeriu alianças com partidos do centro democrático, seja por federação ou pela adesão de outras siglas à legenda, como formas de superar a cláusula de desempenho.
"Sabemos das dificuldades impostas pela legislação. A partir da eleição de 2026, a chamada 'cláusula de desempenho' ficará mais rígida e precisamos encontrar soluções para superar esse obstáculo. Isso inclui a construção de chapas fortes para as eleições para o Congresso Nacional, para as assembleias estaduais e distrital, para os governos estaduais e para a Presidência da República, além de alianças fortes e robustas para lhes dar sustentação", escreveu o tucano.
Ele continua: "Pode fazer parte também dessa estratégia a aliança com outros partidos do centro democrático, seja em formato de federação como a que temos com o Cidadania - que se encerra no primeiro semestre de 2026 e que estamos em conversas para avaliar a viabilidade de sua manutenção ou ampliação -, seja com a convergência de outras legendas ao PSDB".
Tucanos ouvidos reservadamente pela reportagem afirmam que a resistência interna pesou na decisão de Perillo, que antes considerava a fusão ou incorporação. Para um deputado federal do PSDB, não é simples para o presidente do partido assinar uma incorporação, comparando a decisão a "assinar um atestado de óbito".