Prefeitos das cidades que compõem a Associação dos Municípios do Planalto (Ampla) se reuniram na tarde desta terça-feira (21) para debater pontos da concessão da ERS-324 entre Passo Fundo e Nova Prata. O encontro aconteceu na sede da Ampla, na Universidade de Passo Fundo (UPF).
Um dos pedidos mais frequentes por parte dos representantes é a reanálise do valor proposto por quilômetro pelo governo, que é de R$ 0,23. Outras questões levantadas abrangem o prazo de início das obras e a escolha dos primeiros municípios a serem contemplados com as mudanças.
Conforme o presidente do Conselho Regional de Desenvolvimento da Produção (Corede Produção), Evandro Silva, nenhum dos representantes se opõe aos pedágios, mas solicitam reavaliações sobre o processo da concessão.
— Como Corede, nós procuramos fazer uma abordagem junto aos municípios, com as associações comerciais, empresas e instituições para ouvir o sentimento dessas pessoas. Esse sentimento converge muito com o que nós ouvimos aqui na Ampla. O objetivo é ouvir melhor os municípios, traçar uma estratégia, um planejamento em conjunto. Se fizermos isso teremos um nível de satisfação maior de todo o empresariado e instituições da região — disse.
Para a presidente da Ampla e prefeita de Camargo, Jeanice de Freitas Fernandes, a obra é fundamental para o desenvolvimento da região, mas ainda há vários questionamentos sem respostas.
— Nossa sugestão é ampliar esse debate. Nós precisamos aprofundar esse estudo porque sabemos que outras regiões tem valores menores do que o nosso. A nossa região da produção já produz muito, já contribui muito com o nosso Estado. Vamos levar ao governo nossa demanda por esse investimento numa região que tanto já contribuiu — garante.
O prefeito de Passo Fundo, Pedro Almeida, também participou do encontro. Para ele, a obra faz parte do futuro do desenvolvimento econômico do município.
— Eu acho que nesse momento tem que esclarecer para todos os prefeitos esse projeto, que é um projeto que todo mundo quer, mas que precisa ter mais visibilidade do ponto de vista de entendimento dos prefeitos e das comunidades. Cada um tem a sua demanda, tem a sua necessidade. Nós queremos a obra e que ela destrave rapidamente, mas tem que ter um entendimento de todos os usuários da via — disse.
Entre os municípios afetados está Casca, distante a pouco mais de 66 quilômetros de Passo Fundo. A previsão é de dois pedágios no entorno da cidade: um na RS-129, no km 160, e outro na RS-324, no km 260, com valores de R$ 3,80 e R$ 4,20 respectivamente.
— Precisamos urgentemente atrasar esse espaço das instalações e discutir melhor com a nossa comunidade. Mais uma vez, pela ineficiência do Estado, os pequenos produtores que nós temos na nossa região, os caminhoneiros, todo mundo vai acabar pagando essa conta. Temos pouca informação de como será. Um caminhão, de Lajeado a Passo Fundo, vai pagar R$ 900 ida e volta. Quanto isso vai impactar na economia local? — questiona o prefeito de Casca, Jurandi Neri Perin.