O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) Mauro Cid teria dito em seu primeiro depoimento em delação premiada que a ex-primeira-dama Michele Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) integravam a ala "mais radical" do grupo que defendia um golpe de Estado no Brasil no final de 2022, segundo informações obtidas pelo jornalista Elio Gaspari.
Cid ainda teria afirmado em seu depoimento, coletado em agosto de 2023, que no final de 2022 existiriam três grupos em volta de Bolsonaro: o que tentava convencê-lo a admitir a derrota, o que não concordava com o resultado das eleições mas se posicionava contra o golpe e aqueles favoráveis às medidas golpistas.
Conforme contou Cid, o primeiro grupo seria composto pelo senador Flávio Bolsonaro (PL), pelo ex-ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, e o comandante da Aeronáutica, Baptista Júnior, entre outros.
Já o segundo grupo, segundo Cid, era composto pelo comandante do Exército na época, Freire Gomes, dentre outros.
O terceiro grupo, de acordo com ex-ajudante de ordens, seria dividido em duas alas: uma "menos radical", que buscava encontrar indícios de fraudes nas urnas para justificar uma virada de mesa, e outra, mais radical, "a favor de um braço armado".
Nessa ala, Cid destaca o ex-assessor para Assuntos Internacionais de Bolsonaro, Felipe Martins, Onyx Lorenzoni, que durante o governo Bolsonaro ocupou quatro ministérios, o ex-ministro do Turismo Gilson Machado, o general Mario Fernandes, o secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência, e os senadores Jorge Seif (PL) e Magno Malta (PL) e Eduardo e Michelle Bolsonaro, filho e esposa do ex-presidente.
Desta ala, apenas Felipe Martins e Mario Fernandes acabaram sendo indiciados pela Polícia Federal no relatório do golpe.
Outro indiciado pela PF é o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Ele é citado por Cid como integrante da ala "menos radical".