
O ex-presidente da República Jair Bolsonaro fez um discurso em apoio ao empresário Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), no domingo (7). Musk atacou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e acusou o magistrado de censura, ameaçando descumprir decisões da Justiça brasileira.
— Agora, nós temos um apoio de fora do Brasil muito forte. Esse assunto está palpitando fora do Brasil, parece que a salvação nossa, a democracia, está ameaçada. Todo mundo sabe isso aí. A nossa liberdade de expressão nem se fala — afirmou Bolsonaro durante transmissão nas redes sociais ao lado de dois filhos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), e do deputado Mario Frias (PL-SP).
Bolsonaro defendeu uma avaliação do PL, seu partido, de uma ação "para que nossa liberdade de expressão seja garantida". O ex-presidente elogiou Elon Musk, que promove uma cruzada virtual contra o ministro Alexandre de Moraes.
— Elon Musk é um símbolo — disse Bolsonaro.
Ele disse esperar que o Brasil "volte à normalidade" com a iniciativa do dono do X.
O ex-presidente disse esperar a relação de decisões impostas por Moraes ao antigo Twitter. O dono da rede social prometeu divulgar a lista de perfis que foram suspensos por ordem judicial.
— Isso vindo de fora de forma documentada é um alivio para nós — disse Bolsonaro.
Moraes manda investigar Musk
No início da noite do domingo, o ministro assinou um despacho em que termina a inclusão do bilionário como investigado no inquérito das milícias digitais. De acordo com o ministro, o bilionário usa de "dolosa instrumentalização" da rede social.
Além da medida, Moraes ordenou a abertura de outro inquérito a respeito do empresário. A justificativa seria uma suposta obstrução de justiça, "inclusive em organização criminosa e incitação ao crime". As informações são do Estadão.
Moraes também determinou no despacho que a rede social X se abstenha de "desobedecer qualquer ordem judicial já emanada" pela Justiça brasileira. Isso inclui reativar perfis que tiveram bloqueio determinado pelo STF ou pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Uma multa diária de R$ 100 mil, por perfil, poderá ser aplicada em caso de descumprimento.